segunda-feira, 20 de abril de 2020

Micaela Albertini - EntreVista



Sua grande paixão confessa é o Teatro, mas ela é também odontóloga, e atualmente mestranda em Políticas Sociais na UENF> Nos conhecemos em 1994 no palco encenando  A Cantora Careca. Anos e anos se passaram, o destino nos levou por caminhos diferentes, mas em 2019, consegui levála ao palco interpretando poesias no XXV FestCampos de Poesia Falada, e prosseguindo em  nossa saga com  Teatro do Absurdo,  temos planos de encenar num futuro próximo O Último Godot, do polonês Matei Visniec.


 Micaela Albertini - Conheci o teatro ainda pequena na escola . Minha primeira peça foi A Bruxinha Que Era Boa, de Maria Clara Machado. Venho de  uma família que sempre viajou e leu muito e acho que isso influenciou minhas escolhas. Quando adolescente frequentei o curso de teatro Laura Alvim, onde estudei Shakespeare e interpretei a Catarina, da Megera Domada. Depois em Campos, conheci o Teatro do Absurdo de Ionesco, atuando em A Cantora Careca. Já adulta tive a oportunidade de entrar no Tablado e estudar vários autores.

O teatro liberta, é onde posso viver o que seria impossível na vida real, verbalizar frases que sem a blindagem do personagem seria pouco provável . Agora retorno através de um convite do poeta Arthur Gomes, para conhecer o  mundo da poesia e recitá-la, confesso que não é fácil.

O teatro para mim é um prazer despretensioso que não interfere na minha profissão de dentista, ao contrário, me traz conhecimento e cultura para que eu possa interagir cada vez melhor com as pessoas de um modo geral.

Artur Gomes -  Como se processa o seu estado de poesia?

Micaela Albertini -  O meu estado de poesia acontece quando estou triste e melancólica, engraçado que na alegria não consigo pensar em poesia.

Artur Gomes - Seu poema preferido?

Micaela albertini - Não tenho  um preferido, tenho alguns que gosto mais que outros e isso depende do momento em que estou lendo, porém, tem um que gosto muito que é E agora José?, de Drummond de Andrade.

Artur Gomes - Qual o seu poeta de cabeceira?

Micaela Albertini - Meu poeta de cabeceira no momento é 
Artur Gomes , sua forma de escrever é orgânica, dá para sentir suas palavras e neste momento tem me feito muito bem.

Artur Gomes - Em seu instante de criação existe alguma pedra de toque, algo que o impulsione para escrever?

Micaela Albertini - Não sou poeta, o que escrevo é para mim e não compartilho. Escrevo coisas que sinto e coisas que gostaria de dizer mas depois rasgo. Foi uma forma que encontrei de me expressar sem consequências.

Artur Gomes -  Livro que considera definitivo em sua obra?

Micaela Albertini - Sem dúvida,  Agatha Christie foi quem mais li na minha adolescência. 


 Artur Gomes - Além da poesia em verso,  já exercitou ou exercita outra forma de linguagem com poesia?

 Micaela Albertini - Na verdade não.

Artur Gomes - Qual poema escreveu quando teve uma pedra no meio do caminho?

Micaela Albertini - O poema da minha vida, vem na forma que enfrento as adversidades da vida, procurando me reinventar sem muito drama, procurando ser mais prática.

Artur Gomes - Revisitando Quintana: você acha que depois dessa crise virótica pandêmica, quem passará e quem passarinho?

Micaela Albertini - Acho que passará algumas mágoas, desculpas dadas em vão, passará o mal por algum tempo, depois voltaremos para a realidade da rotina e assim o passarinho voltará ao seu ninho.

Artur Gomes - Escrevendo sobre o livro Pátria A(r)mada, o poeta e jornalista Ademir Assunção, afirma que cada poeta tem a sua tribo, de onde ele traz as suas referências. Você de onde vem, qual é a sua tribo?

Micaela Albertini - Nunca fui de uma tribo. Não me encaixo em rótulos. O mundo é muito grande e as pessoas são tão diferentes, que ficar engessada em uma única forma é pobre  demais. Eu me adapto muito bem às mudanças, em conhecer coisas diferentes. Costumo dizer que, até o que dá errado na viagem, me encanta. Tento sempre vê o lado positivo de tudo.

Artur Gomes - Nos dias atuais o que é ser um poeta, militante de poesia?

Micaela Albertini -  Ser poeta hoje é vagar na própria solidão. É como se o mundo necessitasse de Poesia mas tem preguiça de pensar. Se lê muito pouco hoje em dia, é muita frase feita pra pouca ação. 

Artur Gomes - Que pergunta não fiz que você gostaria de responder?

Micaela Albertini - Que série você está assistindo e que filme você indicaria? 

Estou assistindo "Anne com E" , maravilhoso e o filme seria "Bohemian Rhapsody" a história de Freddie Mercury, sensacional.

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3 comentários:

  1. parabéns querida, esqueceu da influencia q cecilia meirelles teve quando criança, foi mais de tres veces assistir Ou isto ou aquelo
    ao teatro inclusive vc, levaba o livro e pedia aos atores te escrevesem
    alguma coisa no livro. te amo bjs

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    Respostas
    1. Verdade. Foram muitas peças que assisti, muitos livros e filmes.
      Obrigada. Amo vc.

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  2. Muito bom... 👍👍👍💯... O teatro.. Realmente.. É uma escola fascinante.. Em todos os aspectos. Parabéns Artur e Micaela... Bacana essa interatividade...

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