Nos Conhecemos de
muitos e longos carnavais. Difícil
apontar um acontecimento cultural em Campos dos anos 80 para cá, que Marcelo
Sampaio de alguma forma não estivesse com sua presença marcante sempre
provocativo e instigante em suas pertinentes colocações. Defensor intransigente, para criação de políticas públicas, para
fomentação e disseminação da arte e cultura
em Campos. Apaixonado pela cultura
popular, principalmente o carnaval, é também um profundo pesquisador da música
popular brasileira.
Marcelo Sampaio nasceu em Campos dos Goytacazes no dia 13 de julho de
1964, é professor de História e pesquisador de Cultura Popular. Mestre em
Teoria das Ideias pela Unicamp e Doutorando na Formação da Identidade Cultural
do Rio de Janeiro. Ator amador, julgador de desfiles de Carnaval, acadêmico da
Academia Pedralva Letras e Artes, criador do Centro Cultural Marcelo Sampaio,
diretor do Cineclube Goitacá sediado no Oráculo Espaço do Saber, colunista do
jornal Ritmo Carioca, membro do Conselho Consultivo do Instituto Cultural Cravo
Albin e presidente do Conselho Municipal de Cultura de Campos.
Artur
Gomes - Como se processa o seu estado de poesia?
Marcelo
Sampaio – Quando me dedico a criar qualquer projeto. Para mim o
estado de poesia se instala sempre que crio algo porque sou extremamente
visceral em tudo que faço.
Artur
Gomes - Seu poema preferido?
Marcelo
Sampaio –Vou ser muito injusto se tiver que escolher um dos inúmeros
poemas que gosto, até porque este tipo de preferência depende também da fase
que estamos vivendo. Dependendo do momento da nossa vida nos emocionamos com
poetas e poemas diferentes.
Artur
Gomes - Qual o seu poeta de cabeceira?
Marcelo
Sampaio –Como sou um apaixonado pesquisador da música popular
brasileira considero o Vinicius de
Moraes realmente genial. Até porque um poema que se preza tem que ter ritmo
o que não falta nos versos dele, tanto que muitos ganharam melodias.
Artur
Gomes - Em seu instante de criação existe alguma pedra de toque,
algo que o impulsione para escrever?
Marcelo
Sampaio –A vontade de lutar por um mundo melhor em todos os sentidos.
Meu principal objetivo como criador é contribuir para que as pessoas saiam das
suas zonas de conforto e se posicionem contra tudo que seja injusto.
Artur
Gomes - Livro que considera definitivo em sua obra?
Marcelo
Sampaio –Na verdade escrevi apenas dois, “Real-imaginário” em 1985 e “Amálgamas
da memória” em 2017. E como vivo sempre planejando o que realizarei em seguida,
acho difícil eu ter um livro ou outra coisa definitiva na minha vida no sentido
de esgotar todas as possibilidades.
Artur
Gomes - Além da poesia em verso, já exercitou ou exercita outra
forma de linguagem com poesia?
Marcelo
Sampaio –Sempre! Como já falei na primeira resposta sou poético em
tudo com o que me envolvo, desde uma corriqueira aula até numa palestra
ministrada sem falar nos textos que escrevo...
Artur
Gomes - Qual poema escreveu quando teve uma pedra no meio do
caminho?
Marcelo
Sampaio –Todos os poemas que escrevi surgiram de pedras no meio do
caminho, fossem elas reais ou imaginárias. Afinal de contas o ato de escrever
para mim sempre foi uma forma de resistir ao status quo estabelecido.
Artur
Gomes - Revisitando Quintana: você acha que depois dessa crise
virótica pandêmica, quem passará e quem passarinho?
Marcelo
Sampaio –Nunca fui bom nestes exercícios de futurologia e como um
pessimista assumido ando muito descrente. Não acho que a Humanidade se dará
conta de como tem sido desumana através dos tempos nem que respiraremos ares
melhores.
Artur
Gomes - Escrevendo sobre o livro Pátria A(r)mada, o poeta e
jornalista Ademir Assunção, afirma que cada poeta tem a sua tribo, de onde ele
traz as suas referências. Você de onde vem, qual é a sua tribo?
Marcelo
Sampaio –Por causa da minha estrutura familiar tive uma formação
basicamente literária. Com dezoito anos o teatro entrou na minha vida e já
trabalhando como professor a música e o Carnaval se tornaram mais do que
essenciais para mim.
Artur
Gomes - Nos dias atuais o que é ser um poeta, militante de poesia?
Marcelo
Sampaio –É possuir um compromisso bem maior do que somente com as
suas aptidões e habilidades. Não consigo reconhecer valor em uma manifestação
artística se junto à sua qualidade estética não estiver um posicionamento
crítico-social.
Artur
Gomes - Que pergunta não fiz que você gostaria de responder?
Marcelo
Sampaio –Poderia ter me perguntado o que eu faria se só me restasse
um dia.
Iria responder: que manteria minha rotina, pois como os meus
amados bichos-filhos sou um animal de hábitos!
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