quarta-feira, 29 de abril de 2020

Marcelo Sampaio - EntreVistas


Nos Conhecemos de muitos e longos carnavais.  Difícil apontar um acontecimento cultural em Campos dos anos 80 para cá, que Marcelo Sampaio de alguma forma não estivesse com sua presença marcante sempre provocativo e instigante em suas pertinentes colocações.  Defensor intransigente, para  criação de políticas públicas, para fomentação  e disseminação da arte e cultura em Campos.  Apaixonado pela cultura popular, principalmente o carnaval, é também um profundo pesquisador da música popular brasileira.

Marcelo Sampaio nasceu em Campos dos Goytacazes no dia 13 de julho de 1964, é professor de História e pesquisador de Cultura Popular. Mestre em Teoria das Ideias pela Unicamp e Doutorando na Formação da Identidade Cultural do Rio de Janeiro. Ator amador, julgador de desfiles de Carnaval, acadêmico da Academia Pedralva Letras e Artes, criador do Centro Cultural Marcelo Sampaio, diretor do Cineclube Goitacá sediado no Oráculo Espaço do Saber, colunista do jornal Ritmo Carioca, membro do Conselho Consultivo do Instituto Cultural Cravo Albin e presidente do Conselho Municipal de Cultura de Campos.


Artur Gomes - Como se processa o seu estado de poesia?

Marcelo Sampaio – Quando me dedico a criar qualquer projeto. Para mim o estado de poesia se instala sempre que crio algo porque sou extremamente visceral em tudo que faço.

Artur Gomes - Seu poema preferido?

Marcelo Sampaio –Vou ser muito injusto se tiver que escolher um dos inúmeros poemas que gosto, até porque este tipo de preferência depende também da fase que estamos vivendo. Dependendo do momento da nossa vida nos emocionamos com poetas e poemas diferentes.

Artur Gomes - Qual o seu poeta de cabeceira?

Marcelo Sampaio –Como sou um apaixonado pesquisador da música popular brasileira considero o Vinicius de Moraes realmente genial. Até porque um poema que se preza tem que ter ritmo o que não falta nos versos dele, tanto que muitos ganharam melodias.

Artur Gomes - Em seu instante de criação existe alguma pedra de toque, algo que o impulsione para escrever?

Marcelo Sampaio –A vontade de lutar por um mundo melhor em todos os sentidos. Meu principal objetivo como criador é contribuir para que as pessoas saiam das suas zonas de conforto e se posicionem contra tudo que seja injusto.


Artur Gomes - Livro que considera definitivo em sua obra?

Marcelo Sampaio –Na verdade escrevi apenas dois, “Real-imaginário” em 1985 e “Amálgamas da memória” em 2017. E como vivo sempre planejando o que realizarei em seguida, acho difícil eu ter um livro ou outra coisa definitiva na minha vida no sentido de esgotar todas as possibilidades.

Artur Gomes - Além da poesia em verso, já exercitou ou exercita outra forma de linguagem com poesia?

Marcelo Sampaio –Sempre! Como já falei na primeira resposta sou poético em tudo com o que me envolvo, desde uma corriqueira aula até numa palestra ministrada sem falar nos textos que escrevo...

Artur Gomes - Qual poema escreveu quando teve uma pedra no meio do caminho?

Marcelo Sampaio –Todos os poemas que escrevi surgiram de pedras no meio do caminho, fossem elas reais ou imaginárias. Afinal de contas o ato de escrever para mim sempre foi uma forma de resistir ao status quo estabelecido.

Artur Gomes - Revisitando Quintana: você acha que depois dessa crise virótica pandêmica, quem passará e quem passarinho?

Marcelo Sampaio –Nunca fui bom nestes exercícios de futurologia e como um pessimista assumido ando muito descrente. Não acho que a Humanidade se dará conta de como tem sido desumana através dos tempos nem que respiraremos ares melhores.

Artur Gomes - Escrevendo sobre o livro Pátria A(r)mada, o poeta e jornalista Ademir Assunção, afirma que cada poeta tem a sua tribo, de onde ele traz as suas referências. Você de onde vem, qual é a sua tribo?

Marcelo Sampaio –Por causa da minha estrutura familiar tive uma formação basicamente literária. Com dezoito anos o teatro entrou na minha vida e já trabalhando como professor a música e o Carnaval se tornaram mais do que essenciais para mim.


Artur Gomes - Nos dias atuais o que é ser um poeta, militante de poesia?

Marcelo Sampaio –É possuir um compromisso bem maior do que somente com as suas aptidões e habilidades. Não consigo reconhecer valor em uma manifestação artística se junto à sua qualidade estética não estiver um posicionamento crítico-social.

Artur Gomes - Que pergunta não fiz que você gostaria de responder?

Marcelo Sampaio –Poderia ter me perguntado o que eu faria se só me restasse um dia.
Iria responder: que manteria minha rotina, pois como os meus amados bichos-filhos sou um animal de hábitos!

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