Quando nos conhecemos, lá pelos idos dos anos 80, ele era estudante
do curso Técnico na então Escola Técnica Federal de Campos. Oficina de Teatro e
Coral, na época, não faziam partes do currículo escolar. Mesmo assim, ele, a exemplo de outros alunos
da época, como Eugênio Soares, Clarice
Terra, Rey de Souza, Angelo Mayhofer,
que tiveram presenças marcantes
em suas passagens na Oficina de Teatro, e terminada a fase de ensino técinico,
saltaram o muro, e mergulharam no mundo das humanas, da literatura e dar artes.
É graduado em Letras, fez Mestrado em Cognição
e Linguagem na UENF, e atualmente é Professor de Literatura no Instituto Federal Fluminense
Campus Campos- Centro e Doutorando em Estudos Literários. na Universidade
Federal de Juiz de Fora.
Adriano
Moura, nasceu em Campos dos Goytacazes em 11 de dezembro de 1972.
É professor de Literatura do Instituto Federal Fluminense. Mestre em Cognição e
Linguagem e Doutorando em Estudos Literários. Poeta, romancista e dramaturgo.
Autor dos livros "Liquidificador:
poesia para vita mina", "O julgamento de Lúcifer ", "Todo Verso Merece Um Dedo De
Prosa ". Escreveu as peças teatrais "A
matrioska ou o jogo da verdade ", ""Relatos de professores ", "Meu querido diário
". Seu próximo livro "Invisíveis
" se encontra em fase de edição pela editora Patuá (SP).
Artur
Gomes - Como se processa o seu estado de poesia?
Adriano
Moura - A poesia pra mim é um estado de incômodo com o mundo e
com a linguagem, manifestado a partir do encantamento ou da mera observação dos
seres e acontecimentos.
Artur
Gomes - Seu poema preferido?
Adriano
Moura - Não tenho um poema preferido. Mas "Aniversário " de Fernando Pessoa é um dos que mais
gosto.
Artur
Gomes - Qual o seu poeta de cabeceira?
Adriano
Moura - Hoje em dia é o Manoel de Barros
Artur
Gomes - Em seu instante de criação existe alguma pedra de toque,
algo que o impulsione para escrever?
Adriano
Moura - A descoberta de um novo som ou sentido pra alguma palavra
já conhecida.
Artur
Gomes - Livro que considera definitivo em sua obra?
Adriano
Moura - Ainda não o tenho. Nem sei se terei. Preciso escrever o
último livro para ter uma resposta.
Artur
Gomes - Além da poesia em verso, já exercitou ou exercita outra
forma de linguagem com poesia?
Adriano
Moura - Escrevo alguns poemas em prosa e faço algumas
experiências com a poesia concreta e o poema processo.
Artur
Gomes - Qual poema escrevei quando teve uma pedra no meio do
caminho?
Adriano
Moura - e o verso se fez carne
Artur
Gomes - Revisitando Quintana: você acha que depois dessa crise
virótica pandêmica, quem passará e quem passarinho¿
Adriano
Moura - Espero que passem todos que atrapalham o desenvolvimento
ético, moral e poético da humanidade.
Artur
Gomes - Escrevendo sobre o livro Pátria A(r)mada, o poeta e
jornalista Ademir Assunção, afirma que cada poeta tem a sua tribo, de onde ele
traz as suas referências. Você de onde vem, qual é a sua tribo?
Adriano
Moura - Não gosto de tribos. Gosto de experimentar tipos,
comportamentos, linguagens variadas. A tribo limita a criação a uma origem e
origem não é nem mesmo o começo.
Artur
Gomes - Nos dias atuais o que é ser um poeta, militante de
poesia?
Adriano
Moura - Acho que o militante e o poeta podem ser papéis distintos
para uma mesma pessoa. Acredito que haja cidadão militante. Atribuir ao poeta
tal função é tornar a sua poesia instrumento apenas. Apesar de ela também poder
atuar como forma de luta. Mas dependerá antes da escolha do cidadão, e não de
uma obrigação do poeta.
Artur
Gomes - Que pergunta não fiz que você gostaria de responder?
Adriano
Moura - Qual seu próximo livro?
Resposta: "Invisíveis
". Apesar de não ser um livro de poesia, mas de contos, a verve poética está lá, na sintaxe e
semântica das frases.
Artur Gomes - Quando
nos conhecemos lá pelos idos dos anos 80,
você era aluno do curso técnico na Escola Técnica Federal de Campos. O
que te fez dar um salto nesse muro para
mergulhar na literatura e no teatro?
Adriano
Moura - A participação na oficina de teatro e coral da ETFC que
você e Vicente Rangel dirigiam respectivamente foi fundamental nesse processo.
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