terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

José Inácio Vieira de Melo - EntreVistas

 foto: Ricardo Prado 

Conheci a poesia de  José Inácio Vieira de Melo através de seu maravilhosos livro Sete, pelas redes acompanho atento a sua produção, seja com a poesia  escrita, seja através das suas leituras em vídeo, poeta com quem encontro grandes afinidades, na forma de pensar e transpor para o branco do papel suas vivências. "Unguento", é um poema que eu gostaria imensamente de ter escrito e prometo que em breve estará no meu repertório de Poesia Falada.

José Inácio Vieira de Melo​ (1968), alagoano radicado na Bahia, é poeta, jornalista e produtor cultural. Publicou oito livros de poemas, dentre eles Sete (2015) e Entre a estrada e a estrela (2017). Publicou também as antologias 50 poemas escolhidos pelo autor (2011) e O galope de Ulisses (2014). Organizou três antologias com poetas baianos e participa de diversas antologias no Brasil e no exterior. Coordenador e curador de eventos literários, como a Praça de Poesia e Cordel, na 9ª, 10ª e 11ª  Bienal do Livro da Bahia (2009, 2011, 2013), e a Flipelô – Festa Literária Internacional do Pelourinho (2017, 2018, 2019). É convidado, com frequência, para vários eventos por todo o Brasil e no exterior. Em 2018, esteve na Cidade do México, a participar do VIII Festival de Poesía Las Lenguas da América, representado o Brasil e os países de Língua Portuguesa, e em Cartagena das Índias, na Colombia, onde participou dos festivais de poesia XXII Festival de Poesía de Cartagena e Sílaba de Agua – Fiesta de la Palabra y las Artes. Em 2020, participou do XXVIII Festival Internacional de Poesía de Bogotá e do XIII PoeMaRío - Festival Internacional de Poesía en el Caribe, em Barranquilla, Colombia. Dentre os prêmios conquistados, destacam-se o Prêmio O Capital 2005, com o livro A terceira Romaria, e o Prêmio QUEM 2015, na categoria Literatura - Melhor Autor, com o livro Sete. Tem poemas traduzidos para alemão, árabe, espanhol, finlandês, francês, inglês e italiano. 

Artur Gomes - Como se processa o seu estado de poesia? 

José Inácio Vieira de Melo - Eu só sou quando estou na Poesia. A Poesia é o processo. 

Artur Gomes - Seu poema preferido? Seu ou de um outro poeta de sua preferência.

José Inácio Vieira de Melo - O poema 2 do canto I - “Fundação da ilha”, do livro Invenção de Orfeu, de Jorge de Lima, onde há uma quadra que diz assim:

Mesmo sem naus e sem rumos,/ mesmo sem vagas e areias,/ há sempre um copo de mar/ para um homem navegar.

Artur Gomes - Qual o seu poeta de cabeceira?

José Inácio Vieira de Melo - Já tive vários, em momentos distintos da vida: Patativa do Assaré, Cecília Meireles, João Cabral de Melo Neto, Gerardo Mello Mourão, Herberto Helder... Porém, cada vez mais, Jorge de Lima tem se firmado como uma referência fundamental, assim como os contemporâneos Roberval Pereyr e Salgado Maranhão.

Artur Gomes - Em seu instante de criação existe alguma pedra de toque, algo que o impulsiona para escrever? 


José Inácio Vieira de Melo
- Apenas me movimento e sigo pelos caminhos que vão surgindo a partir desse movimento. Vez por outra, sou convocado pela Deusa Poesia, e aí não tem muita explicação, a criação vem com as imagens mais insólitas e, muitas vezes, das mais delirantes esferas. E nessas horas, sou  pura entrega, numa dedicação sem limites.

Artur Gomes - Livro que considera definitivo em sua vida?

José Inácio Vieira de Melo - É necessário citar ao menos três: Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez; Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa; e O guardador de rebanhos, de Alberto Caeiro/Fernando Pessoa.

Artur Gomes - Além da poesia em verso, já exercitou ou exercita outra forma de linguagem com poesia? 

José Inácio Vieira de Melo - Sim. A música. Vários compositores, grandes talentos, têm musicado meus poemas e, vez em quando, coloco letra em alguma melodia. Para mim, é uma grande alegria ter parceiros musicais em todas as regiões do Brasil. Já fiz também alguma coisinha para teatro, a pedido de Jackson Costa, ator e diretor baiano. Agora, estou sendo convocado, pelo cineasta baiano Rogério Sagui, a fazer roteiro de filme e de série de televisão, mas ainda não tive coragem de encarar essa parada. Ando muito acomodado, muito mesmo.


Artur Gomes
- Qual poema escreveu quando teve uma pedra no meio do caminho? 

José Inácio Vieira de Melo - Pedra no meio do caminho é o que não falta. Então, vários poemas vieram das topadas. Porém o mais emblemático se chama “Exercícios crísticos”, de Decifração de abismos, meu segundo livro, publicado em 2002.


Artur Gomes
- Revisitando Quintana: você acha que depois dessa crise virótica pandêmica, quem passará e quem passarinho? 

José Inácio Vieira de Melo - Para o inferno seguirá o verme que hoje se espoja na cadeira do presidente. O vírus também passará, como toda tempestade. Nós, que sabemos cantar e apreciar a existência, continuaremos passarinhos. Mas também passaremos, leves como folhas ao vento. Lembrar, sempre lembrar, com José de Alencar: Tudo passa sobre a terra.


Artur Gomes – No prefácio do livro Pátria A(r)mada  o poeta e jornalista Ademir Assunção, afirma que cada poeta tem a sua tribo, de onde ele trás as suas referências. Você de onde vem, qual é a sua tribo? 

José Inácio Vieira de Melo - Eu sou um Fulni-Ô. Tenho parentesco com os Xucuru-Kariri e com os Payayás. Aproximei-me dos Tucujus, pelos quais tenho amor. Escrevo para me estender a todo ser, a toda pessoa. Eis a minha aldeia. 

Artur Gomes - Nos dias atuais o que é ser um poeta, militante de poesia?

foto: Ricardo Prado 

 
José Inácio Vieira de Melo - O poeta tira tua maquiagem/ e escancara tua lepra/ e mostra o quanto és fedorento.// O poeta te desavessa/ te mostra por dentro/ e revela o quanto és perebento.// Por isso que na entrada/ da tua casa, da tua alma/ essa placa bem transparente:// não há espaço para poetas/ e essa coisa de poesia/ é uma praga de gente vadia.// Mal sabes tu,/ que a poesia/ é o unguento.// Muitas vezes abre feridas,/ mas é só para extirpar,/ de vez, o veneno.// A poesia é o bálsamo/ que atravessa todos os tempos. 

Como pode ver, a resposta veio em forma de verso. O nome deste poema é “Unguento”. Ele faz parte do meu livro inédito Garatujas selvagens, a ser publicado ainda este ano.

Artur Gomes - Que pergunta não fiz que você gostaria de responder? 

José Inácio Vieira de Melo - Faltou nada não. Está tudo certo (E nada está certo). 

Fulinaíma MultiProjetos

portalfulinaima@gmail.com

(22)99815-1268 – whatsapp

www.goytacity.blogsot.com

EntreVistas

www.arturgumes.blogspot.com 

Studio Fulinaíma Produção Audiovisual 

https://www.facebook.com/studiofulinaima


domingo, 7 de fevereiro de 2021

Artur Gomes - EntreVistas

 

Entrevista de Jiddu Saldanha.
Traducción: Cristiane Grando y Leo Lobos.


Artur Gomes es un poeta que se mueve a la velocidad de su erotismo, un libertario,
con una sed poética- antropófaga.
Dueño de un estilo único y con talento extremo para decir sus poemas en público el viene coleccionando fans por el Brasil y el exterior. Influenciando multitudes de jóvenes poetas en Río de Janeiro y contribuyendo fuertemente para la cultura del país.

- Leyendo tus poemas me encontré con una cuestión semejante a Hilda Hilst. No escribes una poesía “fácil”, entonces te pregunto: ¿Escribes para tener lectores?


- Claro que escribo para tener lectores, como Hilda Hilst también quería tenerlos. La dificultad, creo, está en la cuestión de los lenguajes poéticos. No creo que mi poesía sea difícil.
 Tal vez la falta de lectura de poesía sea el factor que dificulte a la mayoría de los lectores captar en su esencia el mensaje del poeta.

– Para muchos poetas posees una óptima forma de decir poemas, de las mejores que ya se vio por ahí. ¿Hablar poemas es también un oficio?


– Hablar poesía, es un ejercicio que practico cotidianamente desde el instante en que me descubrí poeta. Si ser poeta es un oficio, hablar poemas, para mí también lo es. Se que con esta comunicación directa, el poema se torna más accesible al otro, que deja de ser lector para ser oyente. El sentido auditivo le permite una emoción que la lectura silenciosa no proporciona.

– Tengo curiosidad en saber, el Artur Gomes que escribe los poemas es el mismo que los habla. ¿Existen “auras” diferentes en cada momento de tu actividad artística?


– El acto de la creación, es un instante solitario, en que el poeta se encuentra con los conflictos inherentes a todo ser humano, es cuando está en comunión consigo, y al mismo tiempo en comunión con todos. En este instante no existe mucho en que pensar, a no ser, dejar al imaginario fluir y a la escritura brotar en el papel, o en la tela del computador. Ahora el acto de hablar el poema requiere otras prácticas. En mi caso tiendo a no teatralizar el texto, y si dotar el habla de una sonoridad compatible con el drama o el humor pertinente que está contenido en la palabra escrita. En este momento el poeta deja de ser poeta, para tornarse actor.

– Además de poeta eres también un gestor/productor, haciendo puente para otros artistas y ayudando a eventos de gran importancia nacional como la “Bienal de Campos”, o “Festival de Campos – Poesía Hablada”, o el “Concurso de cuentos José Cândido de Carvalho”. ¿Queda tiempo para tirar maní a los monos?


– Tú me haces recordar una bella canción de Carlos Careqa, “No de maní a los monos”, presente en su disco “Los hombres son todos iguales”. Todas estas actividades son realizadas con un intenso placer, si así no fuese no valdría la pena. Lo que más importa en este caso es la posibilidad de colocar la poesía en primer lugar, lo que para mi es una tarea diaria. Los monos que esperen por el maní... (risas).


– ¿“Fulinaíma” y “Sagarana” son conceptos inspirados en Guimarães Rosa y Mário de Andrade? ¿O es una especie de diálogo filosófico-poético con la juventud brasilera tan carente de contacto con artistas viscerales?


– Por instinto natural, siempre me gusto jugar con las palabras, re-inventar unas y otras, no es simplemente hacer una relectura. Pero si, intentar crear a través de ellas algunas otras. Tengo la certeza que los contactos con la música y el teatro contribuirán decididamente para desarrollar todavía más esa práctica.

Tanto Fulinaíma como Sagarana son frutos que crecieron de proyectos desarrollados con el objetivo de una re-creación volcada para esos pilares de la cultura brasilera contemporánea. La creación de Fulinaíma se la debo a mi cercano colaborador el músico Naiman. Ella nace cuando todavía estaba en escena en São Paulo con el proyecto “Retazos Inmortales de Serafim”, a pesar que su foco está centrado en Oswald de Andrade, es con la mezcla macunaímica de Mário de Andrade que pensamos adobar nuestra comida. En tanto Sagarana, nace con la creación del poema Saragaranagens, que es un pedido de bendición al maestro Guimarães Rosa.

– Antes de destacarse como un maestro de la palabra ya eras conocido como artista visual. Háblanos un poco de tu trabajo en esta área.


– En 1983, aún en Campos, cree el proyecto Muestra Visual de Poesía Brasilera, que es una “exposición gráfico visual” con los lenguajes experimentales que pudimos conocer a partir del modernismo. A partir de ahí comencé a estrechar contacto con grandes poetas del país y del exterior que ya hace algún tiempo trabajaban con poesía visual y otros lenguajes experimentales donde la visualidad estaba presente. Este proyecto tubo varios desdoblamientos y a cada exposición de acuerdo con el objetivo que intentábamos alcanzar definía las características de la poesía que íbamos a exponer. Considero este trabajo bien singular en mi producción poética. Aunque es con la palabra escrita con la que procuro colocar mi condición de poeta en este mundo.

- ¿A quién lees?


– En poesía leo una infinidad de poetas conocidos o no, por cuenta del “Festival de Campos de Poesía Hablada”, y a nuestros maestros Drummond, João Cabral, Oswald y Mário de Andrade, Paulo Leminski, Mário Faustino, Torquato Neto, Murilo Mendes, Baudelaire, Augusto y Haroldo de Campos, Mallarmé, Manuel Bandeira, Mário Quintana, Manoel de Barros, Ferreira Gullar, Hilda Hilst y Ana Cristina César. Acabe de leer el libro Plano de Vuelo, de Ademir Antonio Bacca.


- ¿A quién consideras hoy el primer equipo de la poesía en el Brasil?


– Es muy difícil definir ese primer equipo. Aunque tenemos también de una forma subterránea, una decena de grandes poetas en plena productividad como Tanussi Cardoso, Marcus Vinicius Quiroga, Helena Ortiz, Antônio Cícero, Aclyse de Mattos, Aricy Curvello, Dalila Teles Veras, Ademir Assunção, Fabiano Calixto, Diana de Hollanda, Zhô Bertholini, Lau Siqueira, y por ahí sigue... Es una producción aún restringida a una ciudad o a una región de cada uno de esos poetas, pero de gran calidad.

– ¿Quién es Artur Gomes por Artur Gomes?


– Un ser, social, erótico, religioso, sagarânico y fulinaímico, preocupado con las cuestiones humanas de los seres que habitan este convulsionado planeta.



Jiddu Saldanha - jidduks@uol.com.br
Traducción entrevista: Leo Lobos - leonardolobos@yahoo.com.br
Traducción poemas: Leo Lobos y Cristiane Grando - crisgrando@yahoo.com.br

Jardim das Artes - 2004




 ALGUNA POESÍA


no. no bastaría la poesía de tranvía
que desbarranca luna en mis pestañas
en un trapecio de pendientes donde la solapa
cargada de asaltantes en sus arcos
hiriendo la fría noche como un golpe que va haciendo
el amor entre las líneas.
no. no bastaría la poesía cristalina
para las niñas que están rasgándose el cuerpo intentando la
suerte en cada puerta del metro.
y nosotros poetas desvendando palabritas
vamos danzando en el vértigo de este circo
volador.

no. no bastaría toda risa por las plazas
ni el amor que las palomas tejen por los trigales
los pájaros despedazándose en los ventanales
y las mujeres cuidando a sus críos.

no bastaría delirar Copacabana
y esta cosa de sal que no me engaña
la luna en la carne cortando una seducción gay
y un olor de fémina en el aire devorador

aparentando realismo hipermoderno,
en un cuerpo de ángel que no fue mi dios quien hizo
ese gusto de cosa del infierno
como probar el amor al aire libre
en una cósmica y profana poesía
entre las piedras y el mar de Arpoador
una mixtura de hechizo y fantasía
en altas olas de misterios que son nuestros

no. no bastaría toda poesía
que yo traigo en mi alma un tanto puerca,
esta postal con una imagen parecida a Lorca:
un tranvía aterrizando allá en la Urca
y esta ciudad recostándose en el agua
en mis demoliciones
pues si el Cristo redentor dejase la piedra
con certeza nunca más rezaría el padrenuestro
y con certeza solo haría con mis huesos poesía.

Artur Gomes
En: Cuero Crudo & Carne Viva
Premio Internacional de Poesía - Québec - Canadá 1987
www.fulinaima.com.br
Traducción: Leo Lobos y Cristiane Grando

 

 El Buey Manchado


Levanta mi buey levanta
que es hora de viajar
despierta buey todo
buey debe luchar. Y...
allá va el buey
con sus ojos tristes
hecho madre cansada
del camino, de la vida,
cargando dolor
cabizbajo
con miedo
de ser el primero
en enfrentar el puñal
o la horca.
Allá va el buey del arado
buey de carro
buey de carga
buey de cerca
buey de yugo
buey de cuerda
buey de prado
buey de corte.
Buey negro
buey blanco

Allá va el buey manchado...

allá va el buey
en su conciencia
triste, solitario
ojeando a los que pasan
con miedo de alzar su voz
su bufar
al oído de los otros.

Allá va el buey
en su paso manso,
danza en la contra-danza
con la certeza que la esperanza
es mucho más que aquello
que le fue predestinado.
Allá va el buey-manchado...

allá va el buey...
buey Antonio
buey Juana
buey María
buey Juan.
Buey Thiago
Buey Ferreira
Buey Drummond
el Buey Bandeira,
y tantos
que conocí
que sabiendo o no sabiendo
cada buey tiene su fin.

Allá va el buey
con su gesto manso
en el equilibrio manco
que me inspira y desespera...

va para el cofre,
él sabe eso.
Va al matadero
él sabe eso.
Va a la balanza
y sin ser equilibrista
ya conoce su destino.

allá va el buey-manchado...

Y allá va el buey
por las líneas del tren
en los vagones de fierro.
Cargado
de marcas en el cuerpo
y agonía en su corazón.

Levanta mi buey levanta
que es hora de viajar
despierta buey todo
buey debe luchar…

Levanta mi buey operario
buey de martirio y de salario
buey de pala y de horario
buey de la amarra en el cuello
buey de carne, buey de hueso
servido al plato de la serpiente
buey de lama
buey de foso
buey indigesto e indigente.

levanta mi buey de fardo
buey de cerca
buey de carga
buey de yugo
buey de cuerda
buey de fuerza
buey de farsa
buey de farra
de venganza
buey de fiesta
buey de hierro
levanta mi buey destino
buey pavesa
espanta-pájaro
buey de paño
levanta mi buey de paja
buey de circo
buey de sueño
buey salvaje
buey de plano

levanta mi buey de barra
buey de guerra
buey de berro buey de barro.
Levanta mi buey manchado
hombre payaso enmascarado
máscara de animal y desengaño
ningún hombre desalmado
se mostrará con nuestra cara
se cubrirá con nuestros paños

Levanta mi buey de plata
buey de plato
buey de llanto
buey de clavo
alambre de púas
buey de carga y de arado
buey Juan desempleado
de terno infierno y de corbata
buey sin libro
buey sin acta
buey de zafra
buey de cofre
buey de carta
buey de corte:
buey de carne herida
mugiendo de sur a norte,

buey que nace para la vida
y que engorda para la muerte.

 

Artur Gomes
www.fulinaimagem.blogspot.com
En: auto do Boi Pintadinho
Premio Mec – 1980
Traducción: Leo Lobos y Cristiane Grando

Autor de: Juras Secretas – Editora Penalux – 2018

Pátria A(r)mada – Editora Desconcertos – 2019 – Prêmio Oswald de Andrade – UBE-Rio-2020

O Poeta Enquanto Coisa

Editora Penalux – 2020



Fulinaíma MultiProjetos

portalfulinaima@gmail.com

(22)99815-1268 – whatsapp

www.goytacity.blogspot.com

EntreVistas

www.arturgumes.blogspot.com

Studio Fulinaíma Produção Audiovisual

https://www.facebook.com/studiofulinaima


terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Antônio Mariano EntreVistas

Conheço Antônio Mariano já faz um bom tempo, apesar de nunca termos nos encontrados fisicamente sigo seus passos bem de perto. Algumas vezes lendo seus poemas, me vem sempre a mente uma canção do Alceu Valença, e nem  sei mesmo como explicar esse mistério. A concisão e os seus cortes muitas vezes também me  lembram Torquato Neto. Prestem atenção na última frase de sua resposta – me aproveito dela para também dizer – há toda uma geração de poetas que se lançam às feras e nos surpreendem todo dia.

 Artur Gomes - Como se processa o seu estado de poesia?

Antônio Mariano - Não há uma forma única. O poema pode nascer de um jato como um fluxo de consciência que se ordena ou pode ser um processo vagaroso, verso puxa verso, palavra puxa palavra.

 Artur Gomes - Seu poema preferido? Próprio. Ou de outro poeta de sua admiração.

 Antônio Mariano - Mundo Grande, de Carlos Drummond de Andrade.

 Artur Gomes - Qual o seu poeta de cabeceira? 

 Antônio Mariano -   Manoel Bandeira Carlos Drummond João Cabral. Assim, sem vírgula. Três poéticas e um norte.

 Artur Gomes - Em seu instante de criação existe alguma pedra de toque, algo que o impulsione para escrever?

Antônio Mariano - Geralmente sou acometido por uma sensação de estranhamento, que por sua vez tento passar para o leitor.

 Artur Gomes - Livro que considera definitivo em sua obra?

Antônio Mariano - Guarda-chuvas esquecidos (Lamparina Editora, 2005)  que é minha carta de apresentação à poesia brasileira.

Artur Gomes - Além da poesia em verso  já exercitou ou exercita outra forma de linguagem com poesia?


Antônio Mariano - Também trabalho com a prosa de ficção. Sou autor do livro de contos O dia em que comemos Maria Dulce (Ficções Editora, 2015).

 Artur Gomes - Qual poema escreveu quando teve uma pedra no meio do caminho?

 Antônio Mariano - Todos. Há sempre uma pedra no caminho do poeta. Leia-se pedra o desafio da própria poesia. Das miudinhas que passamos por cima às intransponíveis.

 

Artur Gomes - Revisitando Quintana: você acha que depois dessa crise virótica pandêmica, quem passará e quem passarinho?

Antônio Mariano - Os abnegados, os que não se rendem, sempre serão passarinhos.

 Artur Gomes - Escrevendo sobre o livro Pátria A(r)mada, o poeta e jornalista Ademir Assunção, afirma que cada poeta tem a sua tribo, de onde ele traz as suas referências. Você de onde vem, qual é a sua tribo?

 Antônio Mariano - Minha tribo são meus contemporâneos, os que são como eu testemunhas de um tempo.

 Artur Gomes - Nos dias atuais o que é ser um poeta, militante de poesia?

 Antônio Mariano -  O militante de poesia é aquele que não deixa  ou não deixou poesia calar. É sobretudo aquele que lê poesia, o que faz com que a poesia se sustente.

 Artur Gomes - Que pergunta não fiz que você gostaria de responder?

 Antônio Mariano - Que eu destrinchasse a minha resposta sobre quem é minha tribo e de com quem me orgulho de caminhar. Sérgio de Castro Pinto, Frederico Barbosa, Germano Quaresma, Charles Marlon, Eduardo Lacerda, André Ricardo Aguiar, Paulo Sérgio Vieira, Linaldo Guedes, Astier Basílio Lenilde Freitas e toda uma geração de poetas que se laçam às feras me surpreendem a cada dia.

Fulinaíma MultiProjetos

www.goytacity.blogspot.com

portalfulinaima@gmail.com

(22)99815-1268 – whatsapp

EntreVistas

www.arturgumes.blogspot.com

Studio Fulinaíma Produção Audiovisual

https://www.facebook.com/studiofulinaima


cidade veracidade

onde tudo é carnaval minha madrinha se chamava cecília nunca soube onde minha mãe a conheceu por muitos anos morou na rua sacramento ao la...