terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Antônio Mariano EntreVistas

Conheço Antônio Mariano já faz um bom tempo, apesar de nunca termos nos encontrados fisicamente sigo seus passos bem de perto. Algumas vezes lendo seus poemas, me vem sempre a mente uma canção do Alceu Valença, e nem  sei mesmo como explicar esse mistério. A concisão e os seus cortes muitas vezes também me  lembram Torquato Neto. Prestem atenção na última frase de sua resposta – me aproveito dela para também dizer – há toda uma geração de poetas que se lançam às feras e nos surpreendem todo dia.

 Artur Gomes - Como se processa o seu estado de poesia?

Antônio Mariano - Não há uma forma única. O poema pode nascer de um jato como um fluxo de consciência que se ordena ou pode ser um processo vagaroso, verso puxa verso, palavra puxa palavra.

 Artur Gomes - Seu poema preferido? Próprio. Ou de outro poeta de sua admiração.

 Antônio Mariano - Mundo Grande, de Carlos Drummond de Andrade.

 Artur Gomes - Qual o seu poeta de cabeceira? 

 Antônio Mariano -   Manoel Bandeira Carlos Drummond João Cabral. Assim, sem vírgula. Três poéticas e um norte.

 Artur Gomes - Em seu instante de criação existe alguma pedra de toque, algo que o impulsione para escrever?

Antônio Mariano - Geralmente sou acometido por uma sensação de estranhamento, que por sua vez tento passar para o leitor.

 Artur Gomes - Livro que considera definitivo em sua obra?

Antônio Mariano - Guarda-chuvas esquecidos (Lamparina Editora, 2005)  que é minha carta de apresentação à poesia brasileira.

Artur Gomes - Além da poesia em verso  já exercitou ou exercita outra forma de linguagem com poesia?


Antônio Mariano - Também trabalho com a prosa de ficção. Sou autor do livro de contos O dia em que comemos Maria Dulce (Ficções Editora, 2015).

 Artur Gomes - Qual poema escreveu quando teve uma pedra no meio do caminho?

 Antônio Mariano - Todos. Há sempre uma pedra no caminho do poeta. Leia-se pedra o desafio da própria poesia. Das miudinhas que passamos por cima às intransponíveis.

 

Artur Gomes - Revisitando Quintana: você acha que depois dessa crise virótica pandêmica, quem passará e quem passarinho?

Antônio Mariano - Os abnegados, os que não se rendem, sempre serão passarinhos.

 Artur Gomes - Escrevendo sobre o livro Pátria A(r)mada, o poeta e jornalista Ademir Assunção, afirma que cada poeta tem a sua tribo, de onde ele traz as suas referências. Você de onde vem, qual é a sua tribo?

 Antônio Mariano - Minha tribo são meus contemporâneos, os que são como eu testemunhas de um tempo.

 Artur Gomes - Nos dias atuais o que é ser um poeta, militante de poesia?

 Antônio Mariano -  O militante de poesia é aquele que não deixa  ou não deixou poesia calar. É sobretudo aquele que lê poesia, o que faz com que a poesia se sustente.

 Artur Gomes - Que pergunta não fiz que você gostaria de responder?

 Antônio Mariano - Que eu destrinchasse a minha resposta sobre quem é minha tribo e de com quem me orgulho de caminhar. Sérgio de Castro Pinto, Frederico Barbosa, Germano Quaresma, Charles Marlon, Eduardo Lacerda, André Ricardo Aguiar, Paulo Sérgio Vieira, Linaldo Guedes, Astier Basílio Lenilde Freitas e toda uma geração de poetas que se laçam às feras me surpreendem a cada dia.

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