Conheço Antônio Mariano já faz um bom tempo, apesar de nunca termos nos encontrados fisicamente sigo seus passos bem de perto. Algumas vezes lendo seus poemas, me vem sempre a mente uma canção do Alceu Valença, e nem sei mesmo como explicar esse mistério. A concisão e os seus cortes muitas vezes também me lembram Torquato Neto. Prestem atenção na última frase de sua resposta – me aproveito dela para também dizer – há toda uma geração de poetas que se lançam às feras e nos surpreendem todo dia.
Artur Gomes - Como se processa o seu estado de poesia?
Artur Gomes - Seu poema preferido? Próprio. Ou de outro poeta de sua admiração.
Antônio Mariano - Mundo Grande, de Carlos Drummond de Andrade.
Artur Gomes - Qual o seu poeta de cabeceira?
Antônio Mariano - Manoel Bandeira Carlos Drummond João Cabral. Assim, sem vírgula. Três poéticas e um norte.
Artur Gomes - Em seu instante de criação existe alguma pedra de toque, algo que o impulsione para escrever?
Antônio Mariano - Geralmente sou acometido por uma sensação de estranhamento, que por sua vez tento passar para o leitor.
Artur Gomes - Livro que considera definitivo em sua obra?
Antônio Mariano - Guarda-chuvas esquecidos (Lamparina Editora, 2005) que é minha carta de apresentação à poesia brasileira.
Artur Gomes - Qual poema escreveu quando teve uma pedra no meio do caminho?
Antônio Mariano - Todos. Há sempre uma pedra no caminho do poeta. Leia-se pedra o desafio da própria poesia. Das miudinhas que passamos por cima às intransponíveis.
Artur Gomes - Revisitando Quintana: você acha que depois dessa crise virótica pandêmica, quem passará e quem passarinho?
Antônio Mariano - Os abnegados, os que não se rendem, sempre serão passarinhos.
Artur Gomes - Escrevendo sobre o livro Pátria A(r)mada, o poeta e jornalista Ademir Assunção, afirma que cada poeta tem a sua tribo, de onde ele traz as suas referências. Você de onde vem, qual é a sua tribo?
Antônio Mariano - Minha tribo são meus contemporâneos, os que são como eu testemunhas de um tempo.
Artur Gomes - Nos dias atuais o que é ser um poeta, militante de poesia?
Antônio Mariano - O militante de poesia é aquele que não deixa ou não deixou poesia calar. É sobretudo aquele que lê poesia, o que faz com que a poesia se sustente.
Artur Gomes - Que pergunta não fiz que você gostaria de responder?
Antônio Mariano - Que eu destrinchasse a minha resposta sobre quem é minha tribo e de com quem me orgulho de caminhar. Sérgio de Castro Pinto, Frederico Barbosa, Germano Quaresma, Charles Marlon, Eduardo Lacerda, André Ricardo Aguiar, Paulo Sérgio Vieira, Linaldo Guedes, Astier Basílio Lenilde Freitas e toda uma geração de poetas que se laçam às feras me surpreendem a cada dia.
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