sábado, 25 de abril de 2020

Hugo Pontes - EntreVistas

Arte Digital - Ademir Antonio Bacca


 Esse é um dos velhos parceiros da Mostra Visual de Poesia Brasileira, nos conhecemos ainda em tempos de cartas, lá pelos idos de 1983.  Presente em todas as 10 edições da MVPB, me lembro que em 1992, o levei a Campos dos Goytacazes-RJ,  para um bate papo sobre Poesia Visual na Faculdade de Filosofia (hoje não mais existe ), e  ele dormiu num sofá na casa em que eu morava com Gisele, a namorada da época.

São inúmeros e inenarráveis os nossos encontros presenciais, por esse Brasil afora, e começaram a acontecer em 1987 em Batatais-SP, no profanado seminário: Brasil: Uma Cultura Em Questão. Estivemos juntos também em muitas das edições do Congresso Brasileiro de Poesia, em Bento Gonçalves-RS onde Hugo Pontes por muitos anos foi o curador da Mostra Internacional de Poesia Visual

Escrever sobre ele sem lembrar Uilcon Pereira, Márcio Almeida, Floriano Martins, é impossível. Uilcon tinha mania de denominar o trio de Huguinho, Zezinho e Luizinho. Vale lembrar também que Hugo Pontes foi o poeta homenageado na última edição do Congresso Brasileiro de Poesia, em 2016.



Hugo Pontes, é natural de Três Corações - MG, onde nasceu a 22 de julho de 1945. Reside em Poços de Caldas desde 1974.  É professor, formado em Letras/Língua Portuguesa e Francesa; jornalista e pesquisador. Em suas atividades literárias e de pesquisa histórica apresenta em seu currículo uma extensa lista de trabalhos relacionados com a poesia, o Poema Visual, a Arte Postal, o Livro de Artista, a pesquisa literária e a história.  Tem 30 obras publicadas entre livros-solo e antologias. Sua obra literária está voltada para o Poema Visual. Participa de inúmeras exposições no Brasil e em outros países. Em 1997 publicou pela Mulheres Emergentes Edições Alternativas, da editora Tânia Diniz, o livro "Defesa de Tese: Poemas sem Fronteiras"; pela Editora Annablume, São Paulo, em 2001 "Poemas Visuais e Poesias", com reedição pela mesma editora em 2007. O autor mantém o sítio www.poemavisual.com.br, desde outubro de 1996 para divulgação de poemas visuais de poetas brasileiros e do exterior.

Artur Gomes -  Como se processa o seu estado de poesia?

Hugo Pontes - Jamais forcei escrever uma poesia. Se levarmos em conta o meu tempo dentro da literatura, escrevi pouco. Até hoje o pouco que produzo vem espontaneamente. Mas posso dizer que a motivação sempre está voltada para o social.

Artur Gomes - Seu poema preferido?

Hugo Pontes - Se for um poema de minha autoria, minha predileção será sempre o Poema Visual “NÓS”  (criado em 1978) e censurado inúmeras vezes.



De outro poeta: Congresso no Polígono das Secas, de João Cabral de Melo Neto, in Morte e Vida Severina...

Artur Gomes - Qual o seu poeta de cabeceira?

Hugo Pontes - João Cabral de Melo Neto

Artur Gomes - Em seu instante de criação existe alguma pedra de toque, algo que o impulsione para escrever?

Hugo Pontes - O que me impulsiona criar são as questões de ordem social e de razões políticas.

Artur Gomes -  Livro que considera definitivo em sua obra?

Hugo Pontes - Morte e Vida Severina e Outros 

Poemas em Voz Alta, de João Cabral de Melo Neto

Artur Gomes - Além da poesia em verso,  já exercitou ou exercita outra forma de linguagem com poesia¿

Hugo Pontes - O início da minha atividade literária foi a poesia. Depois de certo tempo, influenciado pelos poetas do concretismo, desenvolvi alguns Poemas/Processo, já influenciado por Wlademir Dias-Pino, e daí para o poema visual foi um pulo.

Artur Gomes - Qual poema escreveu quando teve uma pedra no meio do caminho?

Hugo Pontes - O poema tem por título BOI. Passei 10 anos escrevendo este longo poema. Foi censurado em concurso de poesia. Está publicado no meu livro Poemas Visuais e 

Poesias, da Editora Annablume, 2001 e 2007.

Artur Gomes - Revisitando Quintana: você acha que depois dessa crise virótica pandêmica, quem passará e quem passarinho?

Hugo Pontes - Tenho 75 anos. Não sou muito de ficar em casa. Posso não passar, mas penso que o mundo vai passarinho. Nossa gente deverá repensar as suas práticas no campo social, econômico, político e cultural.

Artur Gomes - Escrevendo sobre o livro Pátria A(r)mada, o poeta e jornalista Ademir Assunção, afirma que cada poeta tem a sua tribo, de onde ele traz as suas referências. Você de onde vem, qual é a sua tribo?

Hugo Pontes - Minha referência está na cidade de Oliveira-MG, com o poeta Márcio Almeida, Waldemar de Oliveira, Márcio Vicente Silveira Santos (de Sete Lagoas-MG) quando, em 1963 criamos o Grupo de Vanguarda VIX. Ali publicamos os nossos primeiros poemas e nossas primeiras antologias. Éramos adolescentes, estudantes e, como tal, gostávamos de namorar e jogar futebol.

Artur Gomes - Nos dias atuais o que é ser um poeta, militante de poesia?

Hugo Pontes - O poeta sempre é lembrando em algum momento que alguém queira citar um determinado verso, ou declamar um poema. Em todos os tempos o poeta será sempre um criador, um intelectual. E também marginal, pois sempre dirá o que muitos não gostam de ouvir/ler.

Artur Gomes - Que pergunta não fiz que você gostaria de responder?

Hugo Pontes - Não sou de falar muito. Penso que as perguntas foram suficientes.

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