Foi no palco do Teatro de Bolso, nessa década que vi
Fernando Rossi, dando os seus primeiros passos, tanto no Teatro como na Poesia
Falada. Sua trajetória nas artes cênicas em Campos, marca um novo ciclo, não só
pela sua intensa produção e direção de Espetáculos Teatrais, mas também por sua
passagem a frente do Teatro do SESI, e atualmente na Direção e Administração do
Teatro de Bolso.
Luiz
Fernando Crespo Rossi
– Nome Artístico: Fernando Rossi, brasileiro, Ator e Diretor profissional e
roteirista, DRT: 34.145, expedida pelo SATED – Sindicato dos Artistas e
Técnicos em Diversão. Filho de Aldo Arêas Rossi e Creuza Crespo Rossi. Nascido em
Campos dos Goytacazes em 23 de Setembro de 1961. Iniciou sua carreira artística
em 1974 no Centro Educacional Nilo Peçanha – Tendo com professora Vilma Rangel
Braga. Atuou em diversas produções teatrais, participou de vários Festivais de
Teatro estudantil, universitários e regionais, recebendo prêmio de destaque por
sua atuação. Diretor cênico em diversos espetáculos musicais. Articulista do
jornal “Folha da Manhã” com a coluna “Na
Ribalta” onde aborda assuntos pertinentes as artes cênicas, foi durante 25
anos Supervisor Cultural e Administrador do Teatro Firjan SESI de Campos
Colaborador do SISTEMA FIRJAN desde 12/04/1994 – Primeiro na função de Animador
Cultural depois Promotor Cultural, Administrador do Teatro SESI de Campos,
Chefe do Setor de Cultura e Supervisor de Cultura do SESI Campos. Cursou
História na Faculdade de Filosofia de Campos além de ser Formado no Curso de
Tecnologia em Recursos Humanos pela UNOPAR. Atualmente representante do SATED
(Sindicato dos Artistas e Técnicos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro) na
região norte Fluminense, assim como Diretor Administrativo e Artístico do
Teatro de Bolso Procópio Ferreira. Incentivador das produções culturais locais
e ativista cultural.
Fernando Rossi - O poeta e dramaturgo espanhol
Frederico Garcia Lorca disse: “O Teatro é a poesia que sai dos livros e
se faz humana”. O meu estado de poesia se processa a partir do momento em que
busco no meu processo criativo levar para o palco o que chamo de poesia em movimento.
Artur
Gomes - Seu poema preferido?
Fernando
Rossi - São tantos. O
poema geralmente te toca dependendo do seu estado de espírito, do seu
momento. Ele acaba sendo a mais perfeita
tradução de tudo que toca profundamente. É uma catarse, um bálsamo, um delírio.
“Eu Canto porque o instante existe e a
minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste. Sou Poeta.” Cecília Meireles.
Artur
Gomes - Qual o seu poeta de cabeceira?
Fernando
Rossi - Gosto muito de Carlos Drummond de Andrade e Fernando
Pessoa.
“...Pouco
importa venha a velhice, que é a velhice?
"Teus
ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns,
achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.”
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.”
Carlos Drummond de Andrade
“... Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”
Fernando Pessoa
Artur Gomes - Em seu instante de criação existe alguma pedra de toque, algo que o impulsione para escrever?
Fernando
Rossi - Busco sempre levar a cena a poesia que me toca, ou algo que acho
essencial falar naquele momento.
“Eu te
digo: estou tentando captar a quarta dimensão do instante-já que de tão fugidio
não é mais porque agora tornou-se um novo instante-já que também não é mais.
Cada coisa tem um instante em que ela é. Quero apossar-me do é da coisa. Esses
instantes que decorrem no ar que respiro: em fogos de artifício eles espocam
mudos no espaço. Quero possuir os átomos do tempo. E quero capturar o presente
que pela sua própria natureza me é interdito: o presente me foge, a atualidade
me escapa, a atualidade sou eu sempre no já.”
Clarice Lispector
Artur
Gomes - Livro que
considera definitivo em sua obra?
Fernando Rossi - Os Livros as histórias as montagem
não são definitivas, na verdade elas abrem possibilidades para que continuemos
a contar novas histórias impregnadas de muita luz cor e poesia.
Artur
Gomes - Além da poesia em verso, já exercitou ou exercita outra forma de
linguagem com poesia¿
Fernando Rossi - Em nossa trajetória é importante e
necessário exercitar diversa formas de linguagens cênicas, é o que nos
enriquece e nos dá a possibilidade se sermos múltiplos.
Artur
Gomes - Qual poema escreveu quando teve uma pedra no meio do
caminho?
Fernando Rossi - Toda criação artística é sempre um
grande desafio, todo processo tem sempre pedras nos caminhos a serem retiradas.
Artur
Gomes - Revisitando Quintana: você acha que depois dessa crise
virótica pandêmica, quem passará e quem passarinho?
Fernando Rossi - Acredito que a arte a poesia sempre
vencerá qualquer diversidade.
Artur
Gomes - Escrevendo sobre o livro Pátria A(r)mada, o poeta e
jornalista Ademir Assunção, afirma que cada poeta tem a sua tribo, de onde ele
traz as suas referências. Você de onde vem, qual é a sua tribo?
Fernando Rossi - Sou da tribo dos inconformistas dos
contestadores dos artistas que acreditam
na arte com ferramenta de transformação de um ser humano e uma sociedade
melhor.
Artur
Gomes - Nos dias atuais o que é ser um poeta, militante de
poesia?
Fernando
Rossi - Ser honesto e Verdadeiro com o que acredita.
Artur
Gomes - Qual o espetáculo teatral que você dirigiu que te traz
mais saudade?
Fernando
Rossi - Vários Trabalhos. Gosto das Primícias do Dias Gomes e as dos Campistas Adriano Moura O Julgamento de Lúcifer e do Eugênio
Soares. As Pessoas na Sala de Jantar.
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