terça-feira, 5 de maio de 2020

Anna Apolinário - EntreVistas


Esta é mais uma poeta, encontrada nas redes sociais, e desde que a adicionei no face, acompanho de perto sua escrita, poesia em chamas. Numa semana anterior entrevistei o Linaldo Guedes e ele me adicionou no grupo do Poesia & Poetas, no zap. Quando postei a entrevista dele no grupo, perguntei se alguém mais se interessaria em ser entrevistado, e Anna Apolinário essa imensa poeta se apresentou, e aí segue o resultado.

ANNA APOLINÁRIO (Paraíba, 1986) é poeta, licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal da Paraíba, especialista em Língua, Linguagem e Literatura. Produtora cultural e organizadora do Sarau Selváticas (@sarauselvaticas). Estreou em 2010, com Solfejo de Eros (Câmara Brasileira de Jovens Escritores), em seguida vieram Mistrais (Prêmio Literário Augusto dos Anjos, Edições Funesc, 2014), Zarabatana (Editora Patuá, 2016) e Magmáticas Medusas (Editora Cintra/ARC Edições, 2018).

Seu próximo livro A chave selvagem do sonho será publicado em 2020 pela Editora Triluna. Participou da antologia Um girassol nos teus cabelos: poemas para Marielle Franco (Quintal Edições/Mulherio das Letras, 2018), da série As Mulheres Poetas na Literatura Brasileira Volume 3 organizada por Rubens Jardim, está presente na terceira antologia das Senhoras Obscenas ( Editora Patuá, 2019) e na coletânea Sob a pele da língua: breviário poético brasileiro ( ARC/ Cintra Edições, 2019). Autora Integrante da Edição #126 da Agulha Revista de Cultura: Surrealismo e Jovens Poetas Brasileiros I, Edição Comemorativa do Centenário Surrealismo (1919-2019).

Seus escritos podem ser lidos em:
https://medium.com/@palavradpandora
Mídias Sociais: @palavradepandora

Artur Gomes - Como se processa o seu estado de poesia?

Anna Apolinário - Através do mergulho vertiginoso e encantatório em mim mesma e no mundo, a poesia se revela a partir de tensões e choques na arena da experiência humana, e se potencializa na tradução dos instantes mágicos entre o visível e o invisível.

Artur Gomes - Seu poema preferido? Próprio. Ou de outro poeta de sua admiração.

Anna Apolinário - Há tantos poemas que me estremecem de maneira genuína, aqui citarei dois que muito me cativam: 

Ariel da Sylvia Plath e O poeta nocaute, de Murilo Mendes.

Artur Gomes - Qual o seu poeta de cabeceira?

Anna Apolinário - A tríade de mulheres Sylvia Plath, Joyce Mansour e Hilda Hilst.

Artur Gomes - Em seu instante de criação existe alguma pedra de toque, algo que o impulsione para escrever?

Anna Apolinário - O fogo criativo é como a vida: sempre inesperada, essencialmente voraz e misteriosa. Os versos tecem suas voltagens em meu espírito, sou um rascunho vivo de inquietudes e quimeras. A trama poética é palpável, porém imprevisível e perigosa, e permanece violentamente entrelaçada às minhas vivências.

Minha pele é constantemente assaltada pela poesia, o corpo percebe-a e atreve-se a decifrá-la através da linguagem, a febre é sempre ágrafa e feroz, é necessário ir além da mimese, tornar-se demiurga, alquimista, moira.

A fome pela escrita nasce como desígnio perene, manifestação de júbilo e terror, gozo e agonia, incêndio e possessão, delírio e volúpia.O mais delicioso é ser feiticeira da palavra, inventar temperos, experimentar poções e beberagens, mergulhar voluptuosamente no vórtice, flanar em vertigem, bruxa e bailarina entre labaredas.

Artur Gomes - Livro que considera definitivo em sua obra?

Anna Apolinário - Zarabatana, meu terceiro livro, publicado pela Editora Patuá em 2016. É um poderoso grimório, seu transcurso envolve encantamento e incandescência, assombro e invocação de imagens impressas na própria carne.

Artur Gomes - Além da poesia em verso já exercitou ou exercita outra forma de linguagem com poesia?

Anna Apolinário - Gosto de exercitar a poesia visual através de colagens e também experimentações com performances unindo poesia e partituras corporais em linguagem teatral.

Artur Gomes - Qual poema escreveu quando teve uma pedra no meio do caminho?

Anna Apolinário - As pedras eu sempre jogo no meu caldeirão sígnico onírico e transformo em poesia ardente, sou uma bruxa que conhece todos os temperos da criação!

Artur Gomes - Revisitando Quintana: você acha que depois dessa crise virótica pandêmica, quem passará e quem passarinho?

Anna Apolinário - Os corruptos e vis, todos aqueles que engendram o mal e o sofrimento serão varridos. Os poetas, os sonhadores, as crianças e os que alimentam asas prevalecerão.

Artur Gomes - Escrevendo sobre o livro Pátria A(r)mada, o poeta e jornalista Ademir Assunção, afirma que cada poeta tem a sua tribo, de onde ele traz as suas referências. Você de onde vem, qual é a sua tribo?

Anna Apolinário - Sou a mulher que veio do sonho
Nascida de incêndios
Iniciados por outras mulheres
Eu venho do cerne das vertigens
Trago o verbete mágico
E meu rastro selvagem se espalha
Por livros sem fim.

Artur Gomes - Nos dias atuais o que é ser um poeta, militante de poesia?

Anna Apolinário - É ser a fagulha frenética que lança luz sobre nossos tempos, fortalecendo o espírito de humanidade, o poeta é o centro-motormisterioso que gera metamorfose e vida.

Artur Gomes - Que pergunta não fiz que você gostaria de responder?

Anna Apolinário - Quais os rumos da poesia em pleno apocalipse?

Resposta - Jogo esta provocação aos leitores e poetas desta página.

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