O meu primeiro contato com Cristiane Grando se deu em 2003, ao receber a sua inscrição no Concurso Nacional de Contos José Cândido de Carvalho, realizado pela Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima.
Cristiane Grando, foi uma das
premiadas no referido Concurso daquele ano. Ao trocarmos nossas primeiras
correspondências, tomei conhecimento do seu doutorado na USP sobre a poesia de
Hilda Hislt.
No mesmo ano de 2003 a levei a Campos para a Comissão Julgadora do
V FestCampos de Poesia Falada, onde na abertura do Festival ela fez um bate
papo com Deneval Siqueira Filho, ambos falando sobre a obra de Hilda Hilst.
Em 2003 também a seu convite, fui a Cerquilho e Araraquara para performance de
lançamentos do CD Fulinaíma Sax Blues Poesia, que eu havia lançado em 2002.
Depois voltamos a nos encontrar em
uma edição do Congresso Brasileiro de Poesia, em Bento Gonçalves-RS.
Coloquei voz em dois poemas dela, que
estão na trilha sonora do cine.vídeo.poesia Porrada Lírica, que produzi em
Bento Gonçalves em 2016 com a participação especial de May Pasquetti.
Cristiane Grando – É natural de Cerquilho/SP. Mestre
e doutora (FFLCH-USP) com pós-doutorado (IFCH-UNICAMP): trabalhos sobre a obra
e os manuscritos de Hilda Hilst. Autora dos livros “Caminantes” (2003): poesia em francês, português e traduzida ao
espanhol por Leo Lobos, e “Fluxus”
(2005): poesia em português, traduzida criar loja virtual ao espanhol e
ilustrada por Leo Lobos, traduzida ao francês por Espérance Aniesa e ao inglês
por Levana Saxon. Organizou os catálogos: “O
Caderno Rosa de Hilda Hilst" e “Crônicas do Cotidiano” (fotografias de Jorge Bercht e Cristiane Grando).
Participou do Congresso Brasileiro de
Poesia desde 2003.
Cristiane Grando - É um estado único, de
desconexāo da realidade. Amo "Estado de poesia" de Chico
César, que traduzi e está inédito, guardado nos meus arquivos.
Artur Gomes - Seu poema preferido?
Cristiane Grando - "Se chegarem as gentes, diga que vivo o meu avesso", do livro "Amavisse" de Hilda Hilst.
Artur Gomes - Qual o seu poeta de cabeceira?
Cristiane Grando - Hilda Hilst.
Artur Gomes - Em seu instante de criação existe
alguma pedra de toque, algo que a impulsione para escrever?
Cristiane Grando - Vivências inesperadas ou
leituras.
Artur Gomes - Livro que considera definitivo em
sua obra?
Cristiane Grando - "fluxus".
Artur Gomes - Além da poesia em verso, já
exercitou ou exercita outra forma de linguagem com poesia?
Cristiane Grando - Artes plásticas
(pinturas a óleo, colagens, instalações).
Artur Gomes - Qual poema escreveu quando teve
uma pedra no meio do caminho?
Cristiane Grando - Tantos...
Artur Gomes - Revisitando Quintana: você acha
que depois dessa crise virótica pandêmica, quem passará e quem passarinho?
Cristiane Grando - Só o tempo dirá.
Artur Gomes - Escrevendo sobre o livro Pátria
A(r)mada, o poeta e jornalista Ademir
Assunção afirma que cada poeta tem a sua tribo, de onde ele traz as suas
referências. Você de onde vem, qual é a sua tribo?
Cristiane Grando - Manuel Bandeira, Clarice
Lispector, Graciliano Ramos, os modernistas, em especial Oswald de Andrade,
Hilda Hilst.
Artur Gomes - Nos dias atuais o que é ser um
poeta, militante de poesia?
Cristiane Grando - Uma bênção, pois
escrever é um milagre para mim, flui; uma maldição, pois os poetas quase não são
lidos.
Artur Gomes - Que pergunta não fiz que você
gostaria de responder?
Cristiane Grando, respondendo a Federico Baudelaire - Quais professores
foram seus mestres?
Tantos... pela forma adequada ou
inadequada de ensinar. Com todos os professores aprendemos, mesmo que seja o
que não deveríamos fazer, o que, por não admirarmos, evitamos ao longo da vida.
Gostaria de mencionar dois mestres admirados 100 por cento: Philippe Willemart
(USP), Jorge Coli (UNICAMP) e a amiga, tradutora e professora francesa
Espérance Aniesa.
Fulinaíma MultiProjetos
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