o cu do mundo
onde fica?
minha língua afiada
onde enfiá-la?
fulinaimagem
metáfora nua na janela
meter a língua na linguagem dela
despir a musa
rasgar o vestido
a calça a blusa
despetalá-la
deixá-la lua
em carne viva nua e crua
palácio do planalto alvorada
o cu profundo o submundo
cu do boi
de um país que foi
contei duas estrelas
do outro lado do muro
uma era baudelaire
a outra luiz melodia
se eu fosse zeca baleiro
bolero blues cantaria
Artur Gomes
www.fulinaimagembaudelerico.blogspot.com
poética 38
enquanto escavo a seiva
entre o vão das suas coxas
para desfrutar do teu cio
e santificar o nosso ócio
a selva amazônica perde
mais 200 mil hectares de mata virgem
para as moto serras assassinas
desse venal agro negócio
poética 24
para lucia muniz de sousa
poética 25
para salgado maranhão
a cor da tua palavra me conforta
porta que se abre pra beleza absoluta
a vida que tivemos na matéria bruta
a sorte de nascer dentro do norte
na felina selvageria da pantera
o sal que temperou as nossas eras
na pele do tempero ruptura em cada corte
e ao mesmo tempo é voz que predestina
que o poeta não vai morrer antes da morte
poética 26
poética 27
para ronaldo werneck
foto grafias
foto gramas
pomba rio
pomba minas
rio prece
rio drama
minas tomba
esquadro poema pátrio
partido país penetrado
por quem descobriu a pólvora
pavio explodindo chamas
paiol nas colchas das camas
de um país esfarrapado
poética 28
funk dance funk
para sebastião nunes
descubro o irado tião nunes
Artur Gomes
O Poeta Enquanto Coisa
Editora Penalux – 2020
Nenhum comentário:
Postar um comentário