Tchello d´Barros é um multi artista, poeta cineasta design gráfico, amigo parceiro que conheci em 2003 em Bento Gonçalves numa das Edições do Congresso Brasileiro de Poesia. De lá prá cá, foram muitas as vezes em que estivemos juntos em alguma ação com Arte, entre elas as duas últimas edições da Mostra Internacional de Poesia Visual realizadas em Bento Gonçalves-RS com curadoria dele. Como as afinidades entre nós são múltiplas, formamos uma santíssima trindade no Kino 3, que conta também com a participação de um outro parceiro, Jiddu Saldanha.
Tchello d´Barros - Considerando-se que não existe um padrão entre autores para o processo criativo, poderia nos contar se você tem algum ritual ou procedimento para a criação de seus poemas?
Artur Gomes – Todas essas outras linguagens por onde transito tem a poesia como ponto de partida. Fui em busca de aprender a lidar com cada uma delas, para ampliar as possibilidades de uma maior divulgação da poesia, não tenho outro objetivo que não seja este. Hoje minha linguagem poética é essa uma fusão verso prosa ficção teatro povoada de imagens teatrais e cinematográficas, Teatro Cinema Fotografia Música, são paixões que me alimentam a escrever mais e mais.
invento Joplin na fagulha
Jorrando Cocker na fornalha
Tchello d´Barros - Boa parte de sua produção poética aborda as questões sociais com forte tom crítico às questões políticas, o que nos lembra Maiakovski e tantos outros. Na contemporaneidade, a poesia engajada ainda tem força para conscientizar e levar as pessoas à ação?
Artur Gomes – Procuro não levar essa conscientização como fato principal na poesia, visto que naturalmente ela já é impactante enquanto linguagem. Eu acredito que qualquer poeta com um pouco de vivência, não tem como fugir dessas questões sócio políticas que enfrentamos, Muitas vezes, para lidar com isso, de uma forma makis irônica escrevo poemas eróticos, desbravados, sarcásticos, como forma de ironizar esse falso moralismo dessa horrorosa família cristã brasileira.
uma menina me chamou de Torquato
pelo meu Vapor Barato
uma outra me chamou de Faustino
por entender no meu poema
um sotaque feminino
Nos meus próximos livro O Homem Com A Flor Na Boca e Da Nascente A Foz - Um Rio de Palavras abordo com mais ênfase essas questões.
Artur Gomes – Sim em 1983 criei o Projeto Mostra Visual de Poesia Brasileira e por 11 anos realizei exposições com todas as linguagens poéticas contemporâneas, produzi muita poesia visual, colagens, criadas com retalhos, utilizando papel, tecido, letras, e utilizando a serigrafia como técnica de impressão. As exposições foram realizada em diversas e cidades do Estado do Rio de Janeiro, em São Paulo e Teresina-PI. De 1996 a 2016 colaborei na realização da Mostra Internacional de Poesia Visual, realizada em Bento Gonçalves-RS, durante a programação do Congresso Brasileiro de Poesia.
Artur Gomes – Bem, só posso te responder essa pergunta metaforicamente, porque existe também o desmatamento de muitos montes claros espalhados por aí. Desde o início das minhas idas e vindas a Bento Gonçalves, que as deusas do vinho as virgens de Bento e de Bacco, começaram a povoar o meu imaginário e as minhas camas de vinhas.
Para entender os porquês andei pesquisando mitologia grega, e encontrei muitas afinidades com deusas da mitologia africana, que antes eu já conhecia um pouco. O monte-de-vênus é cobiçado por deuses e deusas, para o seu desatamento coletivo existe sempre batalhas imensas quase sempre vencidas por Helena que me leva sempre na garupa do seu Cavalo de Troia.
(22)99815-1268 – whatsapp
EntreVistas
Que dupla boa pra se conhecer. Parabéns ao entrevistado e entrevistador. Artur, vc cada vez mais é uma grata surpresa.
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