Poeta. Ator – Produtor Cultural - Vídeo Maker
RG 068.323.72-4 - CPF 812.680.097-68
Desde 2018 é professor do Curso Livre de Teatro na Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima - em Campos dos Goytacazes
2019 - Vencedor do Festival Cine Mosquito na Categoria Cine.Poética com o curta Atafona Pontal Grussaí.
Trajetória com Arte MultiLinguagens
Em 2015 - Apresentou performance
poética no FestSolos II - Teatro
Municipal de Cabo Frio-RJ
Em 2018 - foi uma das atrações do I Festival de Poesia de Brasília - Transe Poéticas - no Museu da República
Em 2019 - Apresentou a performance poética Juras Secretas - no Psiu Poetico - Centro Cultural da Universidade Federal de Minas Gerais - Belo Horizonte-MG
Um Trajetória Multi Mídia da Poesia ao Audiovisual - 1973 a 2019
meu coração marçal tupã
sangra tupy & rock and roll
meu sangue tupiniquim
em corpo tupinambá
samba jongo maculelê
maracatu boi bumbá
a veia de curumim
é coca cola e guaraná
Artur Gomes - Poeta
livros:
Carne Viva - Antologia de Poesia Erótica - org. Olga Savary - 1984
Couro Cru & Carne Viva - 1987
20 Poemas com Gosto de JardiNÒpolis & Uma Canção com Sabor de Campos - 1990
Conkretude Versus ConkrEreções - 1994
Desde 1990 tem poemas publicados na Antologia Poetas do Brasil, organizada por Ademir Bacca – Ed. Graffitti-RS
Juras Secretas - Editora Penalux - 2018
Pátria A(r)mada - Desconcertos Editora - 2019
inéditos - O Homem Com A Flor Na Boca e Da Nascente A Foz - Um Rio de Palavras
2011 – Tem poemas publicados na Antologia Internacional Eco Arte Para Re-Encantamento do Mundo – Organizada pela Bióloga Michelle Sato, e Editada pela Universidade Federal d Mato Grosso
2012 – Tem poemas publicados na Revista Coyote, uma das principais revistas de literatura publicadas no Brasil, com patrocínio do MINc – Editada por Ademir Assunção e Rodrigo Garcia Lorca em Londrina-Paraná.
Tem poemas também publicados nas Revistas Digitais : Cronópios, Germina, Gueto, Literatura & Fechadura, Ruído Manifesto e Mallarmargens.
Trajetória com Produção Cultural
1974 - Autor da Canção Caminho de Paz, em parceria com Paulo Ciranda, vencedora do IV Festival de Música de São Fidélis
1975 – Autor da Canção Ponto de Luz, em parceria com Vítor Meireles e Bento Mineiro, vencedora do II Festival de música do Sesc Campos
De 1975 a 2002 Coordena Oficina de Artes Cênicas na Escola Técnica Federal de Campos e Cefet-Campos
De 1986 a 1990 coordena o Grupo de Atividades Culturais da Escola Técnica Federal de Campos.
1975 – 1976 - Escreve, atua e dirige Judas o Resto da Cruz, encenada no Sesc, com alunos da Oficina de Artes Cênicas da Escola Técnica Federal de Campos
1976 - Escreve, atua e dirige 25 Anos de Sonho e Sangue, encenada no Sesc-Campos, tendo como parceiro de palco Jorge Pessanha Santiago, hoje doutor em Antropologia e Professor na Universidade de Lion na França
Autor da Canção Balada Pros Mortais em parceira com Paulo Ciranda, vencedora do Festival de Música de Itaocara-RJ e do Festival Universitário realizado na Ses-Rio em 1977.
1976 – Trabalha como ator em Avatar, texto de Paulo Afonso Grisoli, com direção de Orávio de Campos Soares, encenada no Sesc Campos.
1977 – Trabalha como como ator no Auto de São Salvador, com texto que narra a criação da Vila de São Salvador, escrito e dirigido por Winston Churchil Rangel, encenação que acontece no Ginásio de Esportes da Escola Técnica Federal de Campos.
1978 – autor de Canta Cidade Canta, poema vencedor do II Festival de Poesia de Campos dos Goytacazes-RJ
1979 – Escreve atua e dirigiu Jesus Cristo Cortador de Cana, auto-popular, encenada com alunos da Oficina de Artes Cênicas da Escola Técnica Federal de Campos
1980 – Escreve, atua e dirige O Boi-Pintadinho, espetáculo que percorre as ruas, avenidas e praças da cidade, tendo no elenco atores amadores de Campos dos Goytacazes, inclusive a atual prefeita Rosinha Garotinho.
Autor da Canção Boi-Pintadinho, em parceria com Paulo Ciranda, vencedora do Festival de Música de Miracema-RJ - 1981.
1981 - Encena O Boi Pintadinho com alunos da Oficina de Artes Cênicas e alunos da Banda Marcial da Escola Técnica Federal de Campos, com apresentações em várias cidades do Estado do Rio de Janeiro.
1982 – Autor da Canção Fotografia Urbana, em parceria com Paulo Ciranda, vencedora do Festival dos Festivais – Itaocara-RJ
1983 – Cria o projeto Mostra Visual de Poesia Brasileira – com exposições das mais diversas linguagens da poesia contemporânea, além da utilização de performances poéticas e multi mídia para expor os poemas dos mais diversos poetas brasileiros. Este projeto percorre todo o Estado do Rio de Janeiro de 1983 a 1992 com pelo menos uma Edição Anual.
1984 – Tem poemas publicados ao lado de Carlos Drummond de Andrade, Affonso Romano Santana, Ferreira Gullar e mais 73 poetas contemporâneos, na Antologia Carne Viva, organizada por Olga Savary e editada pela Editora Anima do Rio de Janeiro.
1985 – Realiza o recital solo Suor & Cio com poemas do livro homônimo no Bar Doce Bar em Campos e no Clube do Livro em Ipanema-Rio.
Participa em JardiNÓpolis-SP do Encontro de Escritores, onde além do recital Suor & Cio, escreve poema para o livro 20 Poemas com Gosto de JardiNÓpolis & Uma Canção com Sabor de Campos. Em JardiNÓpolis, conhece o então aluno de jornalismo Ricardo Pereira Lima, que vai se tornar um de seus grandes parceiros na Editora Makondo.
1986 – Realiza a Mostra Visual de Poesia Brasileira em Miracema, Macaé e na Universidade Federal Fluminense em Niterói-RJ com o lançamento do Movimento Vista-se de Poesia, com poemas impressos em camisetas que serão expostos e consumidos, durante todo o verão de 1987 na praia de Ipanema-RJ
De 1986 a 1987 – Assessora a Professora Diva Abreu no Departamento Municipal de Cultura de Campos e realiza um Edição da Mostra Visual de Poesia Brasileira em homenagem ao poeta Manuel Bandeira, focando a sua poesia e exibindo uma Exposição de Caricaturas criada pelo artista gráfico carioca Jorge de Salles.
1987 - Cria a Ciranda do Boi Cósmico, que estreia na posse de Luciano D´Angleo, primeiro Diretor eleito da Escola Técnica Federal de Campos. Realiza encenações no Ginásio de Esportes, tendo como cenário uma gigantesca exposição de artes visuais criada pelo ex-aluno Genilson Soares, além de percorrer as ruas, praças e avenidas da cidade, com elenco formado por alunos da Oficina de Artes Cênicas e da Banda Marcial. O corpo do Boi Cosmico foi construído com uma estrutura de metal e fragmentos reciclados nos laboratórios de Mecânica e Eletrotécnica, e era re-vestido de poesia impressa em um pano por sistema de serigrafia, técnica que utilizava para espalhar poesia pelo brasil.
Profissão:
Pra rimar poema e blusa
E ficar em tua pele
Pelo tempo em que me usa
1987 – Encena com os alunos da Oficina de Artes Cênicas da Escola Técnica Federal de Campos o happening Ensaio 27, composto por poemas de Carlos Drummond de Andrade, este projeto vai se desdobrar em Poesia NU Vermelho, exposição que se realiza no Bar Vermelho no mesmo ano de 1987, e posteriormente na Praia de Farol de São Tomé durante o verão de 1989.
1987 - Atua na Comissão de Organização do Seminário – Brasil: Uma Cultura em Questão, realizado pela UBE-SP, Funarte e Secretaria Estadual de Cultura de São Paulo, realizado na cidade de Batatais-SP, onde apresenta em bares, praças, escolas e Teatro Municipal o recital solo Couro Cru & Carne Viva.
1987 - Realiza o Recital Solo Couro Cru & Carne Viva, na União Brasileira de Escritores em são Paulo, onde conhece o cineasta Guilherme Almeida Prado, (diretor de A Dama do Cine Shangai), com quem faz Oficina de Criação de Roteiro, no Departamento de Cinema, da Secretaria Estadual de Cultura de São Paulo.
1988 – Cria o projeto - Brasil 100 Anos de Abolição – com mesa redonda realizada na Escola Técnica Federal de Campos e encenação do espetáculo de teatro.poesia A Cor da Pele, com poemas do livro homônimo, do poeta mineiro Adão Ventura, tendo no elenco alunos da Oficina de Artes Cênicas da Escola Técnica Federal de Campos,
1988 - É um dos poetas convidados para a Festa da Poesia, organizada pelo poeta Marcio Almeida, realizada em Oliveira-MG
Posteriormente apresenta o recital solo, A Cor da Pele, no Teatro Francisco Nunes em Belo Horizonte-MG.
1988 - Realiza o solo Couro Cru & Carne Viva, pelos circuitos de bares de Ribeirão Preto-SP, onde é filmado pelo cineasta Ricardo Pereira Lima, para o seu trabalho de conclusão do curso de jornalismo na UNAERP
1989 – Assume a Direção do Departamento de Projetos Especiais da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima e coordena o Encontro Nacional de Poesia Em Voz Alta, até 1990.
1990 - Realiza o recital solo 20 Poemas com Gosto de JardiNÓpolis & Uma Canção com Sabor de Campos, no Bar Cantinho do Poeta, em Campos dos Goytacazes-RJ.
1990 - Encena com alunos da Oficina de Artes Cênicas da Escola Técnica Federal de Campos um happening teatral na entrada da Biblioteca para inauguração do painel de Genilson Soares, um ex-aluno da Escola.
1990 - Atua na Comissão de Organização do Seminário: Cultura e Resistência, realizado pela UBE-SP, Funarte e Secretaria Estadual de Cultura de São Paulo, na cidade de Registro-SP, onde escreve e encena pela primeira vez o recital solo EntriDentes, dedicado a sua musa Mariana de Piracicaba
1991 – A convite da Doutora Hygia Calmon Ferreira, dirige Oficina de Criação Literária na UNESP em São José do Rio Preto, onde transforma em happening o recital solo Entridentes e encena com os alunos da Oficina.
1992 – Realiza a IX Mostra Visual de Poesia Brasileira na Faculdade de Filosofia de campos-RJ.
1992 - A convite da poeta Dalila Teles Veras, realiza Recital e Dirige Oficina de Criação de Poesia, no Espaço cultural Alpharrabio, em Santo André-SP, na comemoração do seu primeiro aniversário.
1993 – De março a agosto realiza pesquisa sobre a obra de Mário de Andrade, na ECA, Escola de Comunicação de Arte da USP, sob a orientação de Uilcon Pereira.
1993 – Em parceria com o Grupo de Livre Espaço de Poesia idealiza o Projeto: Mostra Visual de Poesia – Mário de Andrade 100 Anos. Realizado pelo Sesc-SP o projeto é apresentado no Sesc São Caetano, no Centro Cultural da Ligth em São Paulo, no Colégio Singular, no Espaço Cultural Alpharrabio e no Bar Porto das Garrafas em Santo André, sendo escolhido pela APCA(Associação Profissional de Críticos de Arte) como o Evento Cultural do Ano.
O projeto é composto por exposições de poesia contemporânea Os Amigos de Mário. Performances de teatro.poesia: Paulicea Desvairada, com poemas do livro homônimo e ReVirando a Tropicália, encenadas por Artur Gomes e Mônica Cardella. Mesas redondas com José Miguel Wisnik, Uilcon Pereira e Dalila Teles Veras, enfocando a poesia e as pesquisas de Mário de Andrade sobre a música brasileira, além de show do cantor curitibano Carlos Careqa.
1994 – Realiza no Espaço Cultural Alpharrabio a performance EuGênios, tendo como parceiro de palco o genial ator/cantor curitibano Carlos Careqa, que além de poder ser ouvido em seus maravilhosos CDS, pode ser visto hoje na TV ao lado da atriz Marieta Severo, fazendo um comercial do Hiper Mercado Walmart.
1994 - Cria o projeto Retalhos Imortais do SerAfim – Oswald de Andrade Nada Sabia de Mim, uma re-leitura do livro Serafim Ponte Grande, de Oswalde de Andrade, com exposições de poemas gráfico.visuais, teatro.poesia, workshops, mesas de debate e vídeo.poesia
Encena pela primeira vez a performance Retalhos Imortais do SerAfim, na Escola Técnica Federal de Campos, tendo em cena os alunos da Oficina de Artes Cênicas, Rey de Souza, Clarice Terra e Magda de Friburgo.
1995 – De março a setembro realiza pesquisa sobre a obra poética de Oswald de Andrade na UNICAMP, com foco no seu poema Cântico dos Cânticos Para Flauta e Violão, orientado pela doutoranda em dança, Nirvana Marinho, hoje bailarina do Corpo de Baile da Cidade de Lion – França
1995 - Expõe os poemas gráfico.visuais do Projeto Retalhos Imortais do SerAfim – Oswald de Andrade Nada Sabia de Mim, na Casa Guinard, durante o Festival de Inverno de Ouro Preto, realizado pela UFMG e encena a performance de teatro.poesia tendo em cena Rey de Souza e Clarice Terra, seus alunos na Oficina de Artes Cênicas da ETFC.
1995 - Durante da programação do Festival que aconteceu de 8 na 25 de julho, faz Oficina de Criação de Poéticas Gráfico Visuais: Do Requinte do Lírico ao Delicado do Erótico, dirigida pelo escritor mineiro, Sebastião Nunes. Um exemplar do livro criado encontra-se na Biblioteca da Universidade Federal de Minhas Gerais e um outro foi presenteado a Bilioteca da ETFC.
Em outubro o Projeto Retalhos Imortais do SerAfim é realizado pelo Sesc-SP nas Unidades da Consolação, São Caetano, Carmo, Campinas e São José do Rio Preto. Com a exposição de poemas gráfico.visuais Os Órfãos de Oswald, mais workshops e mesas de debate, com Uilcon Pereira, Philadelpho Meneses e Dalila Teles Veras. A performance de teatro.dança.poesia, passa a ter em seu elenco além dos alunos da Oficina de Artes Cênicas da Escola Técnica Federal de Campos, Rey de Souza e Clarice Terra, passa a contar com a bailarina e coreografa Nirvana Marinho. Posteriormente a performance foi encenada na Escola Técnica federal de Campos
1996 – Escreve, atua e dirige em Campinas o espetáculo de dança.poesia CarNAvalha Gumes, ao lado da bailarina Nirvana Marinho, com coreografia criada e interpretada por ela, para o poema Cântico dos Cânticos para Flauta e Violão. O espetáculo foi apresentado no Café de La Ricoletta.
1996 - A convite do poeta, jornalista e produtor cultural Ademir Antônio Bacca, faz perforamnces e dirige Oficinas no IV Congresso Brasileiro de Poesia, realizado em Bento Gonçalves no Rio Grande do Sul. Neste primeiro ano expõe na Galeria do Sesc os poemas.gráfico.visuais Retalhos Imortais do SerAfim, e realiza no Auditório do Sesc e nas Escolas o recital solo com o poema Cântico dos Cânticos Para Flauta e Violão.
Dirige Oficina de Teatro Infantil no Colégio Medianeira e Oficina de Poesia Falada na Escola Técnica Federal de Bento Gonçalves-RS
1996 - Selecionado pelo crítico paulista Cláudio Willer, é um dos 50 poetas presentes no Projeto Poesia 96, realizado pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, com curadoria da poeta Eunice Arruda. Sua performance acontece na Oficina Cultural de Santo Amaro e no Centro Cultural de São Paulo, tendo como seu apresentador o Doutor em Estética da Arte Uilcon Pereira, onde exibe pela primeira vez este poema dedicado ao Mestre, que viria a ser publicado posteriormente em 2000 no livro Brazilírica Pereira: A Traição das Metáforas.
quem és tu:
Uilcon
Pereira
que
foste fazer na Sorbonne
ter
aulas com Sartre
ou
cantar a Simone
?
leninski
profeta que amou alice
um dia
pós veio uilcon torto
pegou a
jóia diana
juntou
na pereiralice
como o
corpo e alma das duas
vou
bovoir assombrdado
pra lá
de frança ou bahia
roendo
o osso do mito
pois
tudo que Sartre dizia
o anjo
jurou já ter dito
:
NONADA
Biúte
ria
1997 - Realiza em parceria com Juliana Stefani, a performance LeminskiArte Em Cena na inauguração do Bar Cachorro Louco, na Cidade Alta, em Bento Gonçalves-RS
1997 – Cria e Dirige no Cefet-Campos em Parceria com Beth Rocha o espetáculo de teatro e canto-coral: O Dia que a Federal Soltou a Voz e Criou um Coro de 67 Vertebrados, colocando 67 alunos da Oficina de Artes Cênicas e do Coral em cena. Pela primeira vez utiliza um cenário Virtual, com imagens captadas na Usina de Santa Cruz, mostrando o processo da fabricação o açúcar, da entrada da cana na moenda até a finalização do açúcar sendo ensacado para ser comercializado.
1997 - Durante o Festival de Inverno de Ouro Preto faz Oficina Multi Arte, com o ator e cantor e performer mineiro, Alexandrino DuCarmo que vive em New York desde os anos 80.
1997 - Assume a coordenação de Oficinas de Arte Cênicas no Cefet Campos, quando Arte passa a ser parte do Currículo Escolar de estudantes de Ensino Médio.
1998 – Cria no Cefet-Campos o projeto: Brecht Com 100 – em comemoração ao centenário do dramaturgo alemão Bertold Brecht. Encena com os alunos da Oficina de Artes Cênicas, o espetáculo teatral Brecht Versus Suassuna, colocando no palco o texto O Mendigo e o Imperador, de Bertold Brecht e fragmentos da peça O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna.
Encena ainda com alunos da Oficina, pelos corredores do Cefet e na Faculdade de Odontologia de Campos, o happening Mendigos Jantam Brecht, título que posteriormente em 2008 ele vai dar a um dos vídeos de sua produção, filmado em Campos com trilha sonora do músico paulista Edvaldo Santana, que foca a situação de moradores das ruas paulistanas.
1999 – Assume a Direção do Departamento de Projetos Especiais da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, retoma a coordenação do Concurso Nacional de Contos José Cândido de Carvalho, que estava desativado, dirige Oficinas de Criação de Poesia, e cria O FestCampos de Poesia Falada, que coordena até 2004.
Em suas duas primeiras edições o Festival foi realizado no Auditório Cristina Bastos no Cefet-Campos. Com a participação cada vez maior de poetas de todos os Estados Brasileiros. A partir de 2003 passa a ser realizado no Palácio da Cultura.
2000 –
Cria no Cefet-Campos o projeto: CaraVelas ao Vento: -
Brasil - Outros Quinhentos, com
exposição de poemas visuais e encenação com os alunos da Oficina de
Artes Cênicas a peça Calabar, de chico Buarque e Ruy Guerra.
2000 - Dirige
Oficina de Interpretação de Poesia no Cefet-Bento Gonçalves, expõe poemas
visuais na Galeria do Sesc Bento-Gonçalves-RS e interpreta fragmentos dos poemas
da peça Calabar, durante toda a programação do VIII Congresso Brasileiro de Poesia.
Atua na
Comissão de Organização da Iª Bienal do Livro de Campos dos Goytacazes,
realizada pela Fundação Cultural Oswaldo Lima nas dependências do Cefet-Campos.
Estreia
na Bienal o show Fulinaíma Sax Blues Poesia, tendo como parceiros de
palco os músicos Luiz Ribeiro e Dalton Freire.
2001 – Dirige no Cefet-Campos com alunos da Oficina de Artes Cênicas, Seis Personagens a Procura de Um autor, de Luigi Pirandello
Inicia
com alunos da Oficina de Artes Cênicas do Cefet-Campos, estudo das peças A
Prostituta Respeitosa, de Sartre. O
Santo Inquérito e O Pagador de Promessas, de Dias Gomes
2001 - Dirige
Oficina de Interpretação de Poesia no Cefet-Bento Gonçalves-RJ e apresenta o
recital solo ReVirando a Tropicália, com poemas de Torquato Neto e Paulo
Leminski na edição do IX Congresso Brasileiro de Poesia.
Apresenta
o show Fulinaíma Sax Blues Poesia durante a realização do III FestCampos
de Poesia Falada, na Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, tendo como
parceiros de palco os músicos, Luiz Ribeiro, Danton Freire, Naiman e Reubes
Pess.
2002 - Apresenta recital solo com os poemas
do CD Fulinaíma Sax Blues Poesia acompanhado do músico Naiman, durante a
programação do X Congresso Brasileiro de Poesia em Bento Gonçalves-RS.
Dirige Oficina de Criação de Poesia
no Colégio Medianeira e no Cefet-Bento Gonçalves.
2002 - Dirige com alunos da Oficina de Artes
Cênicas do Cefet-Campos, o espetáculo teatral Retalhos Imortais do SerAfim,
costurando textos seus com fragmentos das peças O Pagador de Promessas,
de Dias Gomes e A Prostituta Respeitosa, de Sartre. E cria para esta
encenação a personagem: Clarice/Beatriz, inspirada na obra de Clarice Lispector
e Oswald de Andrade. Uma ex-aluna que atuou nesta montagem, Emanuele Goulart, é hoje Engenheira
Mecânica e funcionária do IFF Campus-Guarus.
Atua na Comissão de Coordenação da II
Bienal do Livro de Campos dos Goytacazes, realizada pela Fundação Cultural
Jornalista Oswaldo Lima.
Cria no Sesc Campos, o evento Sesc
na Quarta Poesia Em Cena, cuja primeira Edição acontece durante a II Bienal
do Livro de Campos, com uma homenagem ao poeta Carlos Drummond de Andrade. O
projeto se estende por 6 edições durante todo o ano de 2002 e culmina com uma
apresentação na sua última edição da filósofa e poeta Viviane Mosé, que
foi a grande vencedora do IV FestCampos de Poesia Falada.
Produz para o Sesc Campos a encenação
do espetáculo teatral Quando A Libido Ataca, com texto de Direção
de Dinho Valadares, professor de Artes Cênicas da UNI-Rio e diretor da Cia
Contemporânea de Teatro, do Rio de Janeiro.
Cria no Sesc Campos o projeto 22 -
Mário X Oswald 80 Anos Depois, com exposição do seu laboratório de criação gráfica, livro de
invenções que vinha construindo desde 1995 no projeto Retalhos Imortais do
SerAfim – Oswald de Andrade Nada Sabia de Mim, e o encontro no palco de
fragmentos do texto de O Rei da Vela, Oswald de Andrade, e Paulicea
Desvairada, Mário de Andrade.
2003 – Lança na Fundação Cultural
Jornalista Oswaldo Lima, o tabloide; O Coronel e o Lobisomem, com um
vasto material sobre José Cândido de
Carvalho. Dirige Oficina de Poesia Falada e Coordena a V Edição do FestCampos
de Poesia Falada.
Dirige Oficina de Criação e
Interpretação de Poesia no Sesc e no Cefet-Bento Gonçalves e apresenta o
recital solo com poemas de Mário Faustino, durante a programação do XIII Congresso
Brasileiro de Poesia.
A Convite de Ademir Bacca, realiza recital solo com poemas de
Oscar Bertoldo, na cidade de Nova Roma do Sul-RS durante Semana Cultural
dedicada ao poeta gaúcho que além de poeta foi um padre queridíssimo na região
serrana.
2004 – Atua na Comissão de
Coordenação da III Bienal do Livro de Campos Goytacazes. Durante a programação
dirige mesa de debate com o poeta Ferreira Gullar e apresenta com banda o show Fulinaíma Outras Vozes Outras Falas, tendo
como parceiros de palco os músicos paulistas, Renato Gama, Ronaldo Gama,
Juninho Batucada, e o mineiro Naiman.
Coordena a V Edição do FestCampos de
Poesia Falada.
Dirige Oficina de Poesia Falada no
Sesc e no Cefet-Bento Gonçalves-RS. Apresenta o recital solo SagaraNAgens
Fulinaímicas, com poemas do seu livro inédito, durante a programação do XII Congresso Brasileiro de Poesia.
2005 – Selecionado pelo poeta,
jornalista e produtor cultural Ademir Assunção é uma das atrações do projeto Outros
Bárbaros – Poesia na Arte Mídia, onde apresenta com a banda fulinaíma, o
espetáculo multi mídia Fulinaíma Outras Vozes Outras Falas, no
Itaú Cultural em São Paulo, tendo como parceiros de palco os músicos: Renato
Gama, Ronaldo Gama, Juninho Batucada, Naiman e a carioca Joana Flor.
Incorpora de vez o áudio visual nas
suas performances poéticas, tendo no cenário virtual, imagens suas captadas
pelo cineasta Ricardo Pereira Lima, na Praça Pedro II e nas Lojas Americanas em
Ribeirão Preto, quando de sua estada por lá em 1988 e 1989.
Dirige Oficina de Poesia Falada no Sesc Bento Gonçalves e apresenta o recital solo com poemas de Oscar Bertoldo, durante a programação do XIII Congresso Brasileiro de Poesia.
Dirige Oficina de Criação Literária
no Sesc Campos
Apresenta na Casa de Cultura Laura
Alvim – no Rio de Janeiro – o Recital Poesia In Concert, ao lado do
poeta Affonso Romano de Santana e do cantor Pedro Luiz, com Direção de Rodrigo
Bittencourt e Maria de Resende.
Realiza no Sesc Campos, com o artista
gráfico César Castro a exposição Wermmer Além da Alma, uma transpiração
gráfica recriando com poesia imagens da obra plástica do pintor.
Faz recital no Projeto Poesia na
Quarta Capa, dirigido por Jiddu Saldanha, no Centro Cultural da
Constituição - Rio de Janeiro
2007 – Inicia com o ator, mímico e
cineasta, Jiddu Saldanha no Ateliê D´Aroeira,
em Cabo Frio, suas pesquisas e produções de vídeo.poesia, e concretizam
sua primeira experiência com criação do curta Tropicalirismo.
Com a banda Avyadores do Brazyl, faz
show com rock, blues poesia no Espaço
Plural do Sesc Campos.
É o homenageado no evento Belô
Poético em Belo Horizonte, onde apresenta no Sesc o recital solo Poéticas
Fulinaímicas e com produção da Aliás Comunicação tem um pouco da sua
trajetória poética mostrada em dois Curtas criados para o programa Cinco
Minutos do Blog Caixa Preta.
Faz performance com poesia no
Shopping Brasil em Brasília, na abertura do show de lançamento do CD As Faces
da Gaita, do músico Engels Espíritos, com a participação especial da lenda do
Blues J J KJackson.
Apresenta no Espaço Plural do Sesc
Campos o recital multi mídia Poéticas Fulinaímicas, onde em determinados
momentos dialoga com a sua própria poesia no vídeo Jura Secreta 55,
filmado em Brasília, na Feira da Torre da TV e no Ateliê da atriz Lilia Diniz,
e em Belo Horizonte na Galeria onde foi criado o Clube da Esquina
Realiza o recital O Amor Em Estado
de Vinho e Uva, com poemas sobre o vinho, durante a realização da VII
Fenavinho em Bento Gonçalves-RS, tendo como parceria de palco a atriz May
Pasquetti.
Realiza o recital com poemas de sua
autoria e de Pablo Neruda durante a
programação do XV Congresso Brasileiro de Poesia, tendo como parceira de palco a sua musatriz May Pasquetti.
2008 – Realiza recital solo SagaraNagens
Fulinaímicas, no projeto Terças Poéticas, dirigido por Wilmar Silva
no Palácio das Artes em Belo Horizonte. Tem o poema que dá título ao recital
publicado no livro/catálago do evento.
Realiza o mesmo recital SagaraNAgens
Fulinaímicas, no circuito cultural de Brasília, tendo como parceira de
palco a atriz maranhense Lilia Diniz, e tem poemas musicados de improviso
durante o recital pelo músico brasiliense Anand Rao.
Com a banda Avyadores do Brazyl,
faz show de blues rock poesia no projeto Aumenta que Isso Aí é Rock And
Roll, no Sesc Campos e no espaço externo do Teatro Trianon. Produz a
exposição multi mídia, Luz e Sombras,
com letras de rock, fotografia de Ricardo Busquet e iluminação de Caco Omena,
exposta na Galeria do Sesc-Campos.
Realiza o recital LeminaskiArte da
Palavra em Cena durante a programação do XVI Congresso Brasileiro de Poesia em
Bento-Gonçalves, tendo como parceira de palco a musatriz May pasquetti.
Dirige Oficina de Produção de Vídeo
em Imperatriz no Maranhão, durante a Feira do Livro e realiza o recital solo Leminslkiarte
da Palavra em Cena, com poemas de sua autoria, de Paulo Leminski, Torquato Neto e Ferreira Gullar.
Realiza o recital Artur Gomes Poesia In
Concert no Sesc Campos, abrindo shows das cantoras Itamara Korax e Vânia
Bastos dentro da programação do Projeto Todas As Bossas.
Realiza o Recital Artur Gomes
Poesia Viva no Sesc Piracicaba-SP
2009 – Dirige Oficina de Produção de
Vídeo no Sesc Campos no Projeto Cultura Urbana e realiza o recital Malditos
Bem Ditos, com poemas de Torquato Neto e Paulo Leminski ao som de músicas
do compositor capixaba Sérgio Sampaio.
Realiza o recital multi mídia Mal Ditos Bem Ditos, em Bento
Gonçalves-RS durante a programação do XVII Congresso Brasileiro de Poesia, tendo como
parceira de palco a musatriz May Pasquetti
2010
– Realiza no parque das Ruínas – Santa Teresa – Rio de Janeiro o show Rock.Poesia, com 4 bandas de Rock do Rio de Janeiro, entre elas a Riverdies, que tem
como guitarrista o seu filho Filipe Buchaul Gomes(Fil Buc), além da
participação de uma dezena de poetas cariocas, e a atriz gaúcha May Pasquetti.
Todo o evento teve imagens captadas pelo cineasta Jiddu Saldanha, e vários
vídeos de diversos momentos do evento estão disponibilizados no canal: www.youtube.com/fulinaima
Encena ao lado de Yve Carvalho e Sidney Navarro a peça Pontal no bar de Neivaldo no Pontal em Atafona, com o patrocínio da Prefeitura Municipal de São João da Barra. O Espetáculo poético teatral tem poemas seus, de Aulysio Abreu Barbosa, Adriana Medeiros e Kapi, que assina a direção.
Realiza recital com poemas seus e de Ferreira Gullar em várias Escolas e Praças de Bento Gonçalves, tendo com parceira de palco a musatriz May Pasquetti.
Realiza recital com poemas seus no Ateliê D´Aroeira em Cabo Frio no evento Saberes e Sabores Nômades, com direção de Jiddu Saldanha. No mesmo espaço dirige Oficina de Produção de Vídeo para alunos de Escolas Municipais.
Realiza recital com poemas de Affonso Romano Santana, na abertura do XIX Congresso Brasileiro de Poesia, no hall de entrada da Prefeitura Municipal de Bento Gonçalves-RS
Dirige Oficina de Produção de Vídeo no IFF-Bento Gonçalves. Realiza o recital O Delíro é A Lira do Poeta Se o Poeta Não Delira Sua Lira Não Profeta, com poemas seus e de Mário Faustino, tendo como parceira de palco a musatriz May Pasquetti.
Dirige
Oficina de Produção de Vídeo na UPEA
Durante o II Encontro Agro Ambiental.
2014
- Nos Tempos da Foto Novela, e Uma
Noite de Natal
2015 - Waterkis - Selecione Água e em 2016 A Nossa Casa É Um Teatro
Artur Gomes : soldado da palavra
por Thiago Rosenberg
Quando Artur Gomes, então aos 18 anos de idade, foi convocado a
servir aos Dragões da Independência, sua futura ocupação com a escrita estava
determinada. Sentia-se deslocado, angustiado, e passou a escrever cartas para
seus conhecidos e familiares de Campos dos Goytacazes, no interior do Rio de
Janeiro. “Era a forma que tinha para falar com os outros”, lembra.
Poeta, ator e arte-educador, Gomes escreve e recita poemas desde
os anos 70. Em 1983, criou o projeto Mostra Visual de Poesia Brasileira, que,
10 anos depois, venceu o prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de
Arte), na categoria realização do ano.
Depois de muito ler as obras de Mário de Andrade,
especialmente Macunaíma , o artista idealizou o projeto
musical Fulinaíma. Criada em 2000, a banda apresenta um diálogo entre a poesia
e diversos estilos musicais. O CD Fulinaíma Sax Blues Poesia ,
lançado em 2002, conta com Gomes na voz, Dalton Fleire no sax e Luiz Ribeiro na
guitarra, em um trabalho mais voltado ao rock e, logicamente, o blues.
Em Fulinaíma: Outras Vozes/Outras Falas ,
programa apresentado em Outros Bárbaros , o poeta explora o
rock, o blues e outras sonoridades e diz ter atingido o verdadeiro propósito da
banda. “O significado do termo é algo como um ‘caldeirão de misturas', e a
nossa intenção é justamente misturar sons, influências”, explica Gomes.
Poeta que começou a escrever com a intenção de fugir da solidão
e da angústia no exército, diz que “todo artista, de certa forma, vive a
barbárie do mundo, mas os seus discursos devem ser justamente a favor da anti-barbárie”.
Alguma Poesia
não.
não bastaria a poesia de algum bonde
que despenca lua nos meus cílios
num trapézio de pingentes onde a lapa
carregada de pivetes nos teus arcos
ferindo a fria noite como um tapa
vai fazendo amor por entre os trilhos
não bastaria a poesia cristalina
se rasgando o corpo estão muitas meninas
tentando a sorte em cada porta de metrô
e nós poetas desvendando palavrinhas
vamos dançando uma vertigem
no tal circo voador
não bastaria todo riso pelas praças
nem o amor que os pombos tecem pelos milhos
com os pardais despedaçando nas vidraças
e as mulheres cuidando dos seus filhos
não.
não bastaria delirar copacabana
e esta coisa de sal que não me engana
a lua na carne navalhando um charme gay
e um cheiro de fêmea no ar devorador
num corpo de anjo que não foi meu deus quem fez
esse gosto de coisa do inferno
como provar do amor no posto seis
numa mistura de feitiço e fantasia
entre as pedras e o mar do arpoador
em altas ondas de mistérios que são vossos
não.
não bastaria toda poesia que eu trago
em minha alma um tanto porca
este postal com uma imagem meio lorca
um bondinho aterrisando lá na urca
e esta cidade deitando água em meus destroços
pois se o cristo redentor deixasse a pedra
na certa nunca mais rezaria padre nossos
e na certa só faria poesia com os meus ossos
POEMA DO LIVRO Couro Cru & Carne Viva - 1987
ou
A Arte da Palavra em Movimento
Por Cristiane Grando*
“todo poema tem dois gomes
toda faca tem dois gumes”
Artur Gomes
“A poesia é palavra que não fere o silêncio.”
Jorge Berchet
É possível encontrar, na poesia de Artur Gomes (Cacomanga-RJ, 1948), uma série
de referências culturais, uma espécie de mapa, uma geografia poética. Seus
versos são visitados por diversos artistas e intelectuais, vivos e eternos, da
arte brasileira e universal, como os músicos Caetano Veloso, Miles Davis, Janis
Joplin, e John Lennon, os cineastas Godard, Truffaut, Fellini e Glauber Rocha,
filósofos, dramaturgos, artistas plásticos, os poetas-amigos Dalila Teles
Veras, Luíza Buarque e Zhô Bertholini, além de uma infinidade de escritores e
poetas: Hilda Hilst, Paulo Leminski, Ferreira Gullar, Fernando Pessoa,
Drummond, Lorca, entre outros, e especialmente seus mestres – os Andrades, Mário
e Oswald e Guimarães Rosa... Macunaíma, Serafim Ponte Grande e Sagarana, são
referências constantes na obra de Artur Gomes.
A poesia de Artur Gomes fere sem ferir. Num universo de navalhas,
sexo, cio, náuseas, estrumes, sua poesia tem dois gumes: um, marcado pela
tradição dos poetas malditos, retomando Baudelaire, Rimbaud e Mallarmé em
inúmeros poemas; outro pela musicalidade, arma com a qual assalta/assusta o
leitor desprevenido. Em lances de versos metalingüísticas, o próprio poeta
define o fazer poético: “pense sinfonia em rimas raras”.
A cultura brasileira ganha valor e significado quando é convocada à sua festa criativa uma grande quantidade de elementos indígenas e africanos, relegados muitas vezes pela sociedade brasileira. Da mesma forma, estilos musicais variados, associados à vanguarda da música contemporânea, também são convocados a esta festa de livros e CDs de Artur Gomes que pode ser conferida ouvindo o CD Fulinaíma Sax Blues Poesia, onde desfia com os seus parceiros Luiz Ribeiro, Naiman de Reubes Pess a sua “Marca Registrada".
A arte que assume Artur Gomes em seus versos e em sua vida é a arte da palavra em movimento. Sendo ator, gestor e produtor cultural, Artur caminha por diversas vertentes artísticas. Assim como o mímico Jiddu Saldanha, Artur Gomes sabe “arrancar do gesto/ a palavra chave/ da palavra a imagem xis/ tudo por um risco/ tudo por um triz”.
Agradecimentos ao poeta Leo Lobos, pela leitura da obra de Artur Gomes e pelo
diálogo, sugestões e comentários tecidos durante a elaboração do texto.
Cristiane Grando
Escritora, fotógrafa e professora
Doutora em Teoria Literária e Literatura Comparada – Universidade de São Paulo
(USP). Laureada UNESCO-ASCHBERG de Literatura 2002-2003
A
Traição do Lirismo
Dalila Teles Veras
(orelha do livro)
Artur Gomes, feito gume, é máquina devoradora do mundo.
Mastiga coisas, afetos, pessoas, rumina e afia os elementos
em sua navalha verbal e os transforma na mais pura poesia.
Dono de uma criatividade em permanente ebulição, hábil no verbo
e na disposição visual do mesmo no espaço do suporte - papel ou pano -
bandeira a gotejar palavra que, não raro, é também palco e gesto,
(in)cenação a complementar e enriquecer o que a palavra muda já disse,
a dizer outra coisa que é também a mesma coisa: poesia.
Poeta em tempo integral, como poucos ousaram ser, Artur Gomes constrói,
sem pressa (os anos não parecem pesar - na carne nem no espírito)
a sua delirante e criativa poesia, colagem da colagem da colagem,
(re)encarnação mais do que perfeita da antropofagia como nem
mesmo o velho Serafim sonhou. Nada, absolutamente nada escapa
à sua devastadora e permanente passagem, andarilho de poderosa
voz a evangelizar para a poesia.
Este Brazilírica Pereira: A Traição das Metáforas é a continuação
de um enredo de há muito ensaiado. Seus atrevidos personagens
já apareciam em Vinte Poemas com Gosto de JardiNÓpolis & Uma Canção
com Sabor de Campos. Legítimas apropriações retiradas de
suas viagens brazílicas, figuras que a sua generosidade literária
faz questão de homenagear. Na passarela poética de Artur,
tanto podem desfilar Mallarmé, Faustino, Dalí, Oswald,
Baudelaire, Drummond, Pound, Ana Cristina César
e o sempre lembrado mestre Uilcon Pereira,
a quem o novo livro é dedicado, como personagens anônimos
encontrados nas quebradas do mundaréu, além dos amigos,
objeto constante de sua poesia. Neste caldeirão,
“olho gótico TVendo”, entra até um despudorado acróstico,
rimas milionárias em permanente celebração.
O poeta Artur, disfarçado de concreto,
celebra descaradamente a amizade e o lirismo
e ri-se de quem tenta classificá-lo. Evoé, Artur!
Delírio
Verbal e Preito
em BraziLírica Pereira
O livro, altar em que se celebra poetas do conturbado século XX, traz a poesia
do poeta fluminense Artur Gomes, situada na interface da praxis artística e da
experiência existencial, advinda do campo das escaramuças lexicais e da experimentação
alegórica.
Erorci Santana*
BraziLírica Pereira: A Traição das Metáforas (Alpharrabio Edições, Santo
André/SP, 2000), obra poética de Artur Gomes, toda grafada em minúsculas,
principia com dois textos ou, melhor, intertextos com lastro na obra do
escritor Uilcon Pereira, espécie de homenagem a desvairada letra uilconiana e à
figura daquele escritor. Tanto que, no sintético poema que arremata esse preito
literário, Artur o invoca através de uma circunstância biográfica datada: “quem
es tú uilcon pereira?/que foste fazer na sorbonne?/Ter aulas com sartre/ou
cantar a simone?”.
Contudo, e apesar da primazia de Uilcon Pereira nesta festa verbal, é vasto o
coração dessa usina lírica, BraZilírica Pereira trafega em que, antes de
traição, há a afirmação do caráter multifacetário e engendrador das metáforas,
personificadas e levadas ao extremo onde êxtase e humor se entrelaçam. Todo um
renque de escritores de ponta é glosado, parodiado e parafraseado: Mallarmé(e
seu lance de dados), Oswald de Andrade (e seus biscoitos finos, prometido ao
palato das massas), Leminski (e sua Alice), Drummond (e seu anjo torto), além
de Torquato Neto, Mário Faustino, Sousândrade, Ezra Pound, Dalí, Ana Cristina
César, autores referenciais a constituir um panteão geracional. São ícones
alinhados no altar da celebração literária, sim, mas também serventia
doméstica, dos quais o autor se utiliza, por estético capricho, com derrisão e
iconoclastia: “torquato era um poeta/que amou a ana/leminski profeta/que amou a
lice/um dia/pós/veio uilcon torto/e pegou a joia diana/juntou na
pereiralice/com o corpo & alma das duas/foi Beauvoir assombradado/roendo o
osso do mito/pra lá de frança ou bahia/pois tudo que o anjo via/Sartre jurou já
Ter dito/Nonada/biúte:ria”.
Aqui não se vislumbra paradoxo, pois a modernidade, tendo peneirado as cinzas
da dor humana no século XX, revelou a fênix de face tanto ebúrnea quanto
álacre; a arte passou a privilegiar o profano e o lúdico em detrimento das
inclinações sacramentais e sombrias. E essa BraziLírica Pereira antropofágica e
transluzente é a maneira do poeta entretecer a urdidura dos afetos, reinventar
a cultura e os agentes culturais de sua predileção, com instrumentos lúdicos e
sarcásticos, considerados a ponte para a grande arte.
Outro aspecto a ser considerado é que o autor, egresso do movimento da poesia
marginal dos anos 70, “essa poesia de efeito extraordinariamente comunicativo,
que procura e tira vantagem de uma dicção bem-humorada, ardilosa, alegre e
instantânea”, na radiografia de Heloísa Buarque de Hollanda, incorporou e
aprimorou suas principais conquistas estéticas, notadamente elementos da
oralidade acoplados à exploração acentuada da sonoridade vocabular, recurso que
leva a poesia ao liminar do domínio musical. Quase não é mais poesia para ler e
sim para dizer em alta voz, ou cantar., circunstância em que o poeta moderno
recupera o status de jogral. Nessa aventura literária, às vezes o autor se
transubstancia no texto, traveste-se através das personas Lady Gumes, Macabea,
Federika Bezerra, Fedra Margarida, projeções de seu alter-ego que pretendem
cravar o corpo na palavra, com sinuosidades, coalescências e dissimulações,
atributos só encontráveis no espírito feminino.
Situada na interface da praxis artística e experiência existencial, o
poeta-prazer, com estado de êxtase permanente desde Couro Cru & Carne Viva,
perpetua sua poesia guerrilheira no campo das escaramuças lexicais e da
experimentação alegórica, dotada até de um certo autoflagelamento
exibicionista, em que louca e alucinada se lacera e despe-se da veste hierática
revelando sua outra face insuspeita, sua outra indumentária profusa e
multicolor. Em outras palavras, seu traje de ironia e de humor.
Erorci Santana é poeta, autor de Estatura Leviana,
Conceitos para Rancor e Maravilta.
feitiçarias de Artur Gomes –
Difícil iniciar um prefácio para abordar feitiçarias de um grande mestre. A
mágica aparição do texto transborda sentidos cósmicos, como se um feixe de luz
penetrasse em um túnel escuro dando-lhe o sorver da vida. Diariamente, recebo
um deserto imenso de poemas e a leitura se esvai com “batatinha quando nasce
põe a mão no coração”. Um ou outro me chama a atenção, desde que sou do chamado
“mundo das ciências” e leio poemas com coração, mas inevitavelmente aguçado pelo
olhar crítico vindo do cérebro.
A academia pode ser engessada, mas é, sobremaneira, exigente. Aplaude o
inédito, reconhecendo que o poema é um caos antes de ser exteriorizado, mas
harmônico, quando enfeitiçado. A leitura requer algo como canto do vento, que
não seja fugaz, mas que acaricie no assopro da Terra. Por isso, é com
satisfação que inicio este pequeno texto, sem nenhuma pretensão de esgotar o
talento do grande mestre, mas responder aos poemas de Artur que brilham, soltam
faíscas, incendeiam-se em erotismo e garras enigmáticas. Ele transcende regras,
inventa palavras, enlouquece verbos. E as relações estabelecidas revelam a
desordem dos sonhos na concretude harmônica de suas palavras.
A aventura erótica não se despede de seu olhar político. Situado
fenomenologicamente no mundo, e transverso nele, Artur profana o sagrado com
suas invenções transgressoras. Reinventa a magia e decreta uma nova vida para
que o mundo não seja habitado somente pelos imbecis. Dança no universo, com a
palavra fluída, imprevistos pitorescos, mordidas e grunhidos. Reaparece no meio
de um cacto espinhoso, mas é absurdamente capaz de ofertar a beleza da flor.
Contemporâneo e primitivo se aliam, vencem os abismos como se ao comerem as
palavras monótonas, pudessem renascer por meio da antropofagia infinita de
barulhos e silêncios. O sangue coagulado jorra, as cavernas se dissolvem e é
provável que poucos compreendam a beleza que daí se origina.
Nos labirintos de suas palavras, resplandece o guerreiro devorador, embriagado,
quase descendo ao seu próprio inferno. Emana seu fogo, na ardência de sexo e
simultaneamente na carícia do amor. Pedras frias se aquecem, coram com o tom
devasso que colore a mais bela das pornofonias. Marquês de Sade sente inveja
por não ser o único déspota das palavras sensuais. E os poemas de Artur
reflorescem, exalam odor como desejos secretos e risos que ecoam no
infinito.
não fosse essa alga queimando em tua coxa ou se fosse e já soubesse mar o nome
do teu macho o amor em ti consumiria (jura secreta 5)
De repente um cavalo selvagem cavalga na relva úmida, como se o orvalho da
manhã pudesse revelar o fogo roubado das pinturas rupestres. Ao som de
tambores, suas palavras se tornam arte em si, como se fossem desenhos
projetados em um fantástico mundo vertiginoso. Seres encantados surgem das
águas originários de sentimento, abraçadas nas pedras lisas, rugosas,
esverdeadas da terra. O fogo dança em vulcões e a metamorfose é percebida em
seus ares. Os elementos se definem como bestas, humanos, ou segmentos da
natureza como uma orquestra sinfônica que vai além da sonoridade. Adentram
sentidos polissêmicos e, neste momento, até o André Breton percebe o
significado das palavras de Artur, pois a beleza é convulsiva e crava no peito
feito cicatriz.
e o que não soubesse do que foi escrito está cravado em nós como cicatriz no
corte (jura secreta 10)
Da violação do limite, do fruto proibido ou da linguagem erótica, os poemas de
Artur são orgasmos literários que oscilam entre o sacro e o profano. Sua
cultura, visão de mundo e inteligência possibilitam ir além da pura emoção
sentimental, evocando a liberdade para que a terra asfixiada grite pela
esperança. Artur comunga com outros seres a solidariedade da Terra, ainda que
por vezes, seja devastador em denunciar disparidades, mas é habilidoso em
anunciar acalentos. A palavra poética desfruta fronteiras, e Roland Barthes
diria que a história de Artur é o seu tributo apaixonado que ele presta ao
mundo para com ele se conciliar. Em sua linguagem explosiva, provavelmente está
a intensidade de sua paixão - um amor perverso o suficiente para viciar em suas
palavras, mas delicado o bastante para dar gênese ao mundo enfeitiçado pela
habilidade de sua linguagem.
A essência deste perfume parece estar refletida num espelho, pois se as
linguagens podem incluir também o silêncio, as palavras de Artur soam como uma
melodia. Projetada numa tela, a pintura erótica torna-se sublime e para além de
escrevê-las, ele vive suas linguagens. Esta talvez seja a diferença de Artur
com tantos outros poetas: a sua capacidade de transcender a tradição medíocre
para viver um intenso de mistério de sua poética. Ele não duvida de suas
palavras, nem as censura para não quebrar seu encanto, mas devora em seu ser na
imaginação e no poder de sua criação. Criador e criatura se misturam, zombam da
vida, gargalham da obviedade. Põem-se em movimento na dança estrelas que
iluminam a palavra.
Os fragmentos poéticos são misteriosos de propósito, uma cortina mal fechada
assinala que o palco pode ser visto, porém não em sua totalidade. Disso resulta
a sedução para que ele continue escrevendo, numa manifestação enigmática do
poder surrealista em nos alertar sobre nossas incompletudes fenomenológicas. O
imperfeito é o sentido da fascinação, diria Barthes em seus fragmentos de um
discurso amoroso. E a poética de Artur não representa ressurreição, nem logro,
senão nossos desejos. O prazer do texto pode revelar o prazer do autor, mas não
necessariamente do leitor. Mas Artur lança-se nesta dialética do desejo,
permitindo um jogo sensual que o espaço seja dado e que a oportunidade do
prazer seja saciada como se fosse um "kama sutra poético" para além
do prazer corporal. Esta duplicidade semiológica pode ser compreendida como
subversiva da gramática engessada - o que, em realidade, torna seus textos mais
brilhantes. Não pela destruição da erudição, mas pela abertura da fenda, para
que a fruição da linguagem seja bandeira cultural da liberdade.
E a sua liberdade projeta-se num horizonte onde a dimensão sócio-ambiental é freqüentemente
presente. É uma poesia universal de representações urbanas e rurais, de flora,
fauna e fontes de praças públicas. Desacralizando o “normal previsível”, borda
em sua costura de mosaicos, esquinas e passaredos.
eu sei de gente e de bichos ambos atolados no lixo tem gente que come bicho tem
bicho que come gente tem gente que vive no lixo tem lixo que mora no bicho
gente que sabe que é bicho e bicho que pensa ser gente(jura secreta 28)
A poética das Juras Secretas opõem-se a instância pretérita numa espiral de
presente com futuro. Metafisicamente, desliga-se do momento agonizante e os
olhos do poeta não se cansam, ainda que a paisagem queira cansá-los. Seu toque
lembra o neoconcretismo, por vezes, cuja aparição na semana da arte moderna
mexeu com os mais tradicionais versos da literatura ordinária. Mas sua
temporalidade vence Chronos, na denúncia de um calendário tirano ao anúncio de
Kairós, também senhor do tempo, mas que media pelos ritmos do coração.
20 horas 20 noites 20 anos 20 dias até quando esperaria... até quando alguém
percebesse que mesmo matando o amor o amor não morreria. (jura secreta
98)
É óbvio que a materialidade da linguagem, sua prosódia e seu léxico se mantêm
no texto. Mas foge das estruturas engessadas do arrombo repetitivo, florescendo
em neologismos verossímeis e ritmos cardíacos. Amiúde, são palavras jorradas em
potente cultura significante. No chão dialogante, este poeta desestabiliza a
normalidade com suas criações.
por que te amo e amor não tem pele nome ou sobrenome não adianta chamar que ele
não vem quando se quer porque tem seus próprios códigos e segredos mas não
tenha medo pode sangrar pode doer e ferir fundo mas é razão de estar no mundo
nem que seja por segundo por um beijo mesmo breve por que te amo no sol no sal
no mar na neve.(jura secreta 34)
ARTUR GOMES é, para mim, um grande relato de seu próprio devir, que sabe
poetizar a partir de seu vivido. E por isso, enfeitiça.
*Michele
Sato – Doutora
em Biologia – Pesquisadora da UFMT –
Organizadora
da Antologia Eco Arte Para o Re-Encantamento do Mundo
por Uilcon Pereira
sua fala traz grande perigo.
- Dizem que ele é perigoso mesmo
falando em frutas, passarinhos".
"usina mói a cana
o caldo e o bagaço.
usina mói o braço
a carne o osso".
com o caule da minha espada
no pomar das tuas pernas
eu planto a língua molhada".
e um punhal de amante".
Uilcon Pereira
são paulo, julho 85
Antologia Eco Arte
Org. Michele Sato – UFMT
Pontal Foto
Grafia
1. Aqui,
redes em pânico
pescam esqueletos no mar
esquadras – descobrimento
espinhas de peixe
convento
cabrálias esperas
relento
escamas secas no prato
e um cheiro podre no
AR
caranguejos explodem
mangues em pólvora
Ovo de Colombo quebrado
areia branca inferno livre
Rimbaud - África virgem –
carne na cruz dos escombros
trapos balançam varais
telhados boiam nas ondas
tijolos afundando náufragos
último suspiro da bomba
na boca incerta da barra
esgoto fétido do mundo
grafando lentes na marra
imagens daqui saqueadas
Jerusalém pagã visitada
Atafona.Pontal.Grussaí
as crianças são testemunhas:
Jesus Cristo não passou por aqui
Miles Davis fisgou na agulha
Oscar no foco de palha
cobra de vidro sangue na fagulha
carne de peixe maracangalha
que mar eu bebo na telha
que a minha língua não tralha?
penúltima dose de pólvora
palmeira subindo a maralha
punhal trincheira na trilha
cortando o pano a navalha
fatal daqui Pernambuco
Atafona.Pontal.Grussaí
as crianças são testemunhas:
Mallarmè passou por aqui
bebo teu fato em fogo
punhal na ova do bar
palhoças ao sol fevereiro
aluga-se teu brejo no mar
o preço nem Deus nem sabre
sementes de bagre no porto
a porca no sujo quintal
plástico de lixo nos mangues
que mar eu bebo afinal?
Artur
Gomes (1948) Fazenda Santa Maria de
Cacomanga, Campos dos Goytacazes - Estado do Rio de Janeiro.
Fulinaíma MultiProjetos
(22)99815-1268 -
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