Artur Gomes
O Homem Com A Flor Na Boca
Um Canibal Tupiniquim
São poemas bons para musicar tanto na
solidão de um violão, quanto, atravessada por uma voz tenor, sax soprano. E não
falta sexo, sacanagem, tesão, nas palavras das palavras num atravessamento em
plena Quarta feira de cinzas, no resultado do carnaval. O desbunde da bunda, o
levante dos órgãos, a gíria, e a menina com fio da linha escrita, carregando
anedotas, fábulas e circos. O poeta não faz gênero, ele é macho, e fêmea,
Simone, em segundo sexo. São poemas para emprestar ao amigo que está com fone
de ouvido se atentar para a prosódia do verso, para quem sabe não copiar e
transformar Amor em flor na boca.
poesia
I
chegas a
mim
como uma
égua assanhada
não quer
saber do meu carinho
só quer
saber de ser trepada
II
eu te
penetro
em nome do
pai
do filho
do espírito
santo
amém
não te
prometo
em nome de
ninguém
terra
amada de
muitos sonhos
e pouco
sexo
deposito a
minha boca
nu teu cio
e uma
semente fértil
nos teus seios como um rio
Artur Gomes
Suor & Cio
– MVPB Edições - 1985
https://personasarturianas.blogspot.com/
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