domingo, 19 de março de 2023

da carne da palavra


 DA CARNE DA PALAVRA

por Tanussi Cardoso, poeta


Ator, produtor, videomaker e agitador cultural, o poeta Artur Gomes tem assinatura própria. SagaraNAgens Fulinaímicas, seu mais novo livro, repleto de citações a partir do título, é a prova generosa do que afirmo: um inventário da pulsação de sua escritura, uma das mais iluminadas, entre os remanescentes da geração que se inicia nos anos 60-70.

Mesmo mirando certa desconstrução narrativa, o autor semeia as raízes culturais, germinadas naquelas décadas, que desabrocharam como furacão em nossa arte, principalmente vindas da canção popular, com sua palavra cantada, da poesia marginal, da Tropicália, do Concretismo, do poema-postal, da poesia visual, do cinema e, mesmo, dos quadrinhos.

Todo esse caldeirão cultural, todas essas referências e linguagens eram (são) muito próximas: Caetano, Gil, Torquato, Glauber, Leminski, Waly, Gullar, Hilda Hilst… E é desse quadro geracional (e bem lá atrás, Drummond, Murilo Mendes, Bandeira, Cabral, Quintana, Mário, Oswald e Guimarães Rosa – e principalmente -, a trilogia dos malditos: Rimbaud, Baudelaire e Mallarmé, além dos ecos do mestre beat, Allen Ginsberg), é desse manancial criativo que o poeta consegue desarmar o que nele se encontra envolto, de forma atávica, e reafirmar seus próprios tempo e potência, com o refinamento de sua fala.

Ao unir todo artefato onde exista possibilidade de poesia, Artur Gomes habita o lugar entre a palavra e a imagem, ao experimentar os sentidos que lhe chegam, sugando os afluentes existentes nas estruturas tradicionais de nossas artes, e reescrevendo-os a seu bel-prazer, num mix de nostalgia e futuro.

“visto uma vaca triste como a tua cara:
estrela cão gatilho morro
a poesia é o salto de uma vara”

De forma particular, o autor parece nos indicar algo que se confunde com transgressão, mas, ao mesmo tempo, mantém a linha tênue da poesia clássica, ao flertar com um romantismo de tintas fortes, e tocando, igualmente, o surrealismo, com uma violência verbal, que cheira à flor e à brutalidade. Cada poema possui sua própria respiração, pausa e pontuação emocionais. Quem não gostar de sangrar e ir fundo no mais recôndito dos prazeres é melhor não prosseguir na leitura, mas quem tiver coragem de encarar a vida de frente e se deliciar com versos saborosos e extremamente imagéticos, entre no mundo do poeta, de imediato, e sentirá a alegria de descobrir uma poesia a que não se pode ficar indiferente.

“a língua escava entre os dentes
a palavra nova
fulinaimânica/sagarínica
algumas vezes muito prosa
outras vezes muito cínica”

Ainda que não pretenda novas experiências formais, o autor consegue alcançar perspectivas ousadas e radicais, em vários enquadramentos linguísticos, sempre disponíveis para o espanto, já que quando falamos de poesia, tocamos em lados inexatos, onde qualquer inversão de objetividade, e da própria realidade, é sempre bem-vinda. Sua poesia tem muito da desordem, da inobservância de regras, do não sentido, e apresenta um discurso contrário a certo pensamento lógico, fazendo surgir nas páginas do livro, algumas impurezas saudáveis.

“te procurei na Ipiranga
não te encontrei na Tiradentes
nas tuas tralhas tuas trilhas
nos trilhos tortos do Brás
fotografei os destroços
na íris do satanás”

SagaraNAgens Fulinaímicas nos apresenta uma peça de tom quase operístico e, paradoxalmente, para um só personagem: o Amor. E o desenho poético dessa montagem pressupõe uma grande carga lírica, alegórica e, tantas vezes, dramática, ao retratar o som universal da Paixão, perseguindo a imagem ideal dos limites do desejo. Seus versos são movidos por esse sentimento dionisíaco, e por tudo que é excesso, por tudo que é muito, como na música de Caetano.

“te amo
e amor não tem nome
pele ou sobrenome
não adianta chamar
que ele não vem quando se quer
porque tem seus próprios códigos
e segredos”

E indaga e responde:

“até quando esperaria?
até que alguém percebesse
que mesmo matando o amor
o amor não morreria”

Em seu texto, há uma espécie de dança frenética, onde interagem os quatro elementos do Universo – Terra, Água, Fogo e Ar – numa feitiçaria cósmica em contínuo transe mediúnico. Poesia que é seta certeira no coração dos caretas e dos conformados, ao apontar para as possíveis descobertas inesperadas da linguagem, inebriada pela vida, pelo cantar amoroso, pelo encontro dos corpos.

“e para espanto dos decentes
te levo ao ato consagrado
se te despir for só pecado
é só pecar que me interessa”

Dono de uma sonoridade vocabular repleta de aliterações e assonâncias, que remetem à intensa oralidade e à pulsão musical, refletindo no leitor o desejo de ler os poemas em voz alta, o poeta brinca com as palavras, cria neologismos, utiliza-se de colagens originais, e soma ao seu vasto arsenal de recursos, o uso das antíteses, dos paradoxos, das metonímias, das metáforas, dos pleonasmos e, principalmente, das hipérboles, através de poemas de impactante beleza. Esse jogo vocabular, que a tudo harmoniza, transforma a dinâmica do verso, dá agilidade, tensão e ritmo envolventes a uma poesia elétrica e eletrizante. Um bloco de tesão carnavalizante e tropical – atrás de Artur Gomes só não vai quem não o leu.

“quero dizer que ainda é cedo
ainda tenho um samba/enredo
tudo em nós é carnaval”

De forma lúdica e irônica, reconstrói, ou reverte, as intenções de Guimarães Rosa, quando Sagarana se mistura à ideia de paisagens e ao sentido de sacanagens; e às de Mario de Andrade – onde Macunaíma reparte seu teor catártico em poéticas folias, ou em fulias de imagens, ou seja, em fulinaímicas poesias, banhadas de caos e humor.

“é língua suja e grossa
visceral ilesa
pra lamber tudo que possa
vomitar na mesa
e me livrar da míngua
desta língua portuguesa”

Ao seguir de perto o conceito metafórico do processo crítico e cultural da Antropofagia, o artista ratifica seus valores, com sua língua literária, e reafirma o ato de não se deixar curvar diante de certa poesia catequisada pela mesmice e pelo lugar comum, distanciando-se da homogeneidade de certo academicismo impotente e de certos parâmetros poéticos com que já nos acostumamos. De acordo com o próprio autor, revelado em uma entrevista, SagaraNAgens Fulinaímicas é um pedido de bênção a seus Mestres, imbuído do teor catártico que sua poesia contém, como o fragmento do poema que abre o livro:

“guima meu mestre guima
em mil perdões eu vos peço
por esta obra encarnada
na carne cabra da peste”

E afirma:

“só curto a palavra viva
odeio essa língua morta
poema que presta é linguagem
pratico a SagaraNAgem
no centro da rua torta”

No livro, os poemas se interpenetram, linguisticamente, libidinosos, doces e cruéis, vampiros de imagens ferrenhas, num aparente jogo de representação, onde o rosto do poeta se mostra e se esconde, de acordo com a mutação e o reflexo de seus espelhos interiores. Seus textos ora afirmam, ora desmentem o já dito, a nos lembrar um de seus ídolos, Raul Seixas, e a sua metamorfose ambulante. Sentimentos contraditórios, como se o autor quisesse, propositalmente, escorregar segredos pelos nossos olhos, ambiguamente, rindo de nós, a nos instigar: “Desnudem a minha esfinge!”

“eu não sou flor que se cheire
nem mofo de língua morta”

Na verdade, sua poesia apresenta vários (re) cortes, várias direções, vários abismos e formas de olhar a vida e o mundo. Como se o verdadeiro Artur se dissolvesse em outros, a cada poema, e essa dissipação o transformasse em alguém improvável, impalpável. Errante. Artur Gomes, ele mesmo, são muitos. E todos nós. Afinal, “o poeta é um fingidor”, ou não?

“a carne que me cobre é fraca
a língua que me fala é faca
o olho que me olha vaca
alfa me querendo beta
juro que não sou poeta”

Tantas vezes escatológico e sensual, numa performance textual que parece uma metralhadora giratória, o seu imaginário poético explode em tatuagens, navalhas, sangue, cicatrizes, punhais, facas, cuspe, pus, línguas, dedos, dentes, unhas, seios, paus, porra, carne, flores e lençóis, como um paraíso construído num inferno, e toca o nosso céu interior, nas ondas de um mar verde escondido em nosso peito. Na nossa melhor alma.

Sem falsos pudores, o autor procura, em seu liquidificador de palavras, misturar o erótico, o profano e o sagrado, com cortes de cinismo e grande dose de humana solidariedade. Equilibrista na corda-bamba, sem rede de proteção, entre razão e delírio, instiga dualidades com seus versos de alta voltagem poética. Com linguagem rebuscada, seu trabalho ultrapassa os limites das páginas do livro, e reverbera como tambor, mesmo após o término de sua leitura.

“a carne da palavra
: POESIA
l a v r a q u e s o l e t r o
todo Dia”

A poesia de cunho social é, igualmente, referência obrigatória em seu trabalho, desde o início de sua carreira literária, marcadamente, em Jesus Cristo Cortador de Cana, de 1979, mas, principalmente, no memorável e premiado O Boi Pintadinho, de 1980. Esses poemas político-sociais, junto ao tema amoroso, também encontramos em outras obras importantes do poeta, como Suor & Cio, de 1985, Couro Cru & Carne Viva, de 1987 e 20 Poemas com Gosto de JardiNÓpolis & Uma Canção com Sabor de Campos, de 1990, BraziLirica Pereira: A Traição da Metáforas, de 2000, e se inserem em todos os seus livros posteriores, que culminam agora em SagaraNAgens Fulinaímicas.

Em suas viagens imemoriais, o poeta mistura São Paulo, Copacabana, Búzios, calçadas, origem, chão, mares, cactos, sertão, onde tudo sangra de maneira violentamente bela e sem volta. Só a língua a ser reconstruída em poesia.

“ando por são Paulo meio Araraquara
a pele índia do meu corpo
concha de sangue em tua veia
sangrada ao sol na carne clara”

Artur Gomes sabe que ao escritor cabe proporcionar beleza e prazer. Entende que a poesia existe para expressar a condição humana, tocar o coração e a emoção do outro, e dar oportunidade para que seu interlocutor tenha chances de conhecer-se mais e melhor. E que só há um meio de o poeta conseguir seu intento: cuidar e aperfeiçoar a linguagem. Sempre coerente, Artur Gomes sublinha o essencial de seu pensamento, ratificando em seu trabalho que as duas maiores palavras da nossa língua são amor e liberdade.

“a coisa que me habita é pólvora
dinamite em ponto de explosão
o país em que habito é nunca
me verás rendido a normas
ou leis que me impeçam a fala”

SagaraNAgens Fulinaímicas veio confirmar o que os leitores do poeta já sabiam: Artur Gomes é um artista instigante, um cantador que desafia rótulos. No seu fazer poético, há um desfocar proposital da realidade, onírico e cinematográfico, que mergulha em constantes vulcões, em permanente ebulição – um texto em contínuo movimento. Sua poesia metalinguística, plástica, furiosa, delicada, passional, corporal, sexual, desbocada, invasiva, libertária, corrosiva, visceral, abusada, dissonante, épica é, antes de tudo, a poesia do livre desejo e do desejo livre. Nela, não há espaço para o silêncio: é berro, uivo, canto e dor. Pulsão. Textura de vida. Uma poesia que arde (em) seu rio de palavras


 mar de lama

o espelho do Brasil
e a Samarco/Vale
é a puta que pariu

Federika Lispector


poética 27

paixão é tudo
entre teu corpo e o poema
a faca desliza
amolada
entre a casca e a pele da fruta

quando sair para o banho
acenda a luz do abajour
aos pés da cama
e deixe que eu escreva nos lençóis
as palavras selvagens
que baudelaire nos ensinou


Artur Gomes

www.secretasjuras.blogspot.com


na pele do poema

o cavalo selvagem
cavalga a pele do poema
enquanto transa na pastagem
um novo trote

a deusa do rock
berra em outro canto

rúbia passeia o mar de iriri

com o fogo a flor da pele

o sal  pelas entranhas

sede na vagina Úrsula

e um berro pra cada pranto

enquanto na voragem da vertigem
assento a Pedra de Xangô
na Vitória do Espírito Santo

Cristina Bezerra


                        Tropicalirismo


Girassóis pousando
nu teu corpo: festa
beija-flor seresta
poesia fosse
esse sol que emana
do teu fogo farto
lambuzando a uva de saliva doce

Artur Gomes
in Couro Cru & Carne Viva

www.suorecio.blogspot.com


poétika

nem santa
nem puta
apenas filha
dessa ilha
seja do que for

Federika Lispector


naquela noite de chuva

as cores no vestido de Yansã passaram despercebidas por aqui o sangue encarnado nas matas de Oxossi e o olho do Dragão na ponta da espada de Ogum ainda que aline na porta da casa velha tivesse sobre a pele meus olhos presos nas palavras escritas na parede as sagradas escrituras não dissessem o quanto ali brotavam flores naquela noite de chuva num coração estraçalhado


61

revirei sacramento pelo avesso do avesso aline me acompanhou passo a passo pela ladeira até a casa dos fundos canários no quintal catavam o que comer fotografamos e filmamos o que pairou no ar e não perdoa o éter dentro o cafezal nos convidava ao êxtase aline olhou pelo espelho da janela que dava para o outro lado da alma e levitou entre as trilhas dos canteiros ouvindo o som que nos unia


 paixão é quando

linguagem de cinema
corta o verso do avesso
e a cena segue em outra dimensão
sem seta sem endereço
como se a nova meta
enlouquecesse o coração


 assalto


mãos ao alto:
uma quadrilha
invadiu o planalto

Federika Lispector
eu não sou santa


a flor da boca

ficamos duas horas em frente a casa velha aline perseguia os pássaros e eu comia o vento que passeava entre a pele eriçando os pelos ela me falou do prazer que ainda não tinha vivido e me mostrou a flor da boca tinha gosto de saudade o tempo da escrita e tudo que ali fizemos

Artur Gomes
poesia muito prosa

www.fulinaimagens.blogspot.com


a dor do ciúme

érika era o azul

como o poema sujo
entre a serra e o vinhedo
a jura secreta
na carne das vinículas

e sua carne na ponta dos meus dedos
nosso segredo sagrado
por entre as vinhas de Bento

em comnhão e sacramento
o beijo quase rasgado
dentro das taças de vinho
e tanto amor prometemos
em rendas brancas de linho
érika era o azulzinho
por entre as tranças do vento
bebendo meu desalento
no interior da cozinha
e a mãe sôfrega na cama
ardendo o seu queixume
fazendo amor e
vertendo a dor do teu ciúme

Federico Baudelaire



O Ator

Plinio Marcos

Por mais que as cruentas e inglórias batalhas do cotidiano tornem um homem duro ou cínico o bastante para fazê-lo indiferente às desgraças e alegrias coletivas, sempre haverá no seu coração, por minúsculo que seja, um recanto suave no qual ele guarda ecos dos sons de algum momento de amor que viveu em sua vida.

Bendito seja quem souber dirigir-se a esse homem que se deixou endurecer, de forma a atingi-lo no pequeno núcleo macio de sua sensibilidade, e por aí despertá-lo, tirá-lo da apatia, essa grotesca forma de autodestruição a que, por desencanto ou medo, se sujeita, e por aí inquietá-lo e comovê-lo para as lutas comuns da libertação.

Os atores têm esse dom. Eles têm o talento de atingir as pessoas nos pontos nos quais não existem defesas. Os atores, eles, e não os diretores e os autores, têm esse dom. Por isso o artista do teatro é o ator.

O público vai ao teatro por causa dos atores. O autor de teatro é bom na medida em que escreve peças que dão margem a grandes interpretações dos atores. Mas, o ator tem que se conscientizar de que é um cristo da humanidade e que seu talento é muito mais uma condenação do que uma dádiva. O ator tem que saber que, para ser um ator de verdade, vai ter que fazer mil e uma renúncias, mil e um sacrifícios. É preciso que o ator tenha muita coragem, muita humildade, e sobretudo um transbordamento de amor fraterno para abdicar da própria personalidade em favor da personalidade de seus personagens, com a única finalidade de fazer a sociedade entender que o ser humano não tem instintos e sensibilidade padronizados, como os hipócritas com seus códigos de ética pretendem.

Eu amo os atores nas suas alucinantes variações de humor, nas suas crises de euforia ou depressão. Amo o ator no desespero de sua insegurança, quando ele, como viajor solitário, sem a bússola da fé ou da ideologia, é obrigado a vagar pelos labirintos de sua mente, procurando no seu mais secreto íntimo afinidades com as distorções de caráter que seu personagem tem. E amo muito mais o ator quando, depois de tantos martírios, surge no palco com segurança, emprestando seu corpo, sua voz, sua alma, sua sensibilidade para expor sem nenhuma reserva toda a fragilidade do ser humano reprimido, violentado.

Eu amo o ator que se empresta inteiro para expor para a platéia os aleijões da alma humana, com a única finalidade de que seu público se compreenda, se fortaleça e caminhe no rumo de um mundo melhor, que tem que ser construído pela harmonia e pelo amor. Eu amo os atores que sabem que a única recompensa que podem ter – não é o dinheiro, não são os aplausos - é a esperança de poder rir todos os risos e chorar todos os prantos. Eu amo os atores que sabem que no palco cada palavra e cada gesto são efêmeros e que nada registra nem documenta sua grandeza. Amo os atores e por eles amo o teatro e sei que é por eles que o teatro é eterno e que jamais será superado por qualquer arte que tenha que se valer da técnica mecânica. (1986) 


TEATRO - Gêneros

Tragédia

Peça dramática de enredo sério que promove uma catarse, ou purgação no espectador ao assistir a luta dos personagens contra poderes muito mais altos e mais fortes, que em geral os levam à capitulação e à morte. A derrota das aspirações do herói trágico, muitas vezes, é atribuída à intervenção do destino ou aos seus defeitos morais e vícios que concorrem para o seu fim adverso. Atualmente não se encontram mais tragédias, no sentido antigo, e sim dramas com final infeliz.

Na clássica tragédia grega, os personagens lutam contra o Destino, uma força que domina igualmente as ações dos homens e dos deuses.

No início, as tragédias faziam parte das festas em homenagem ao deus Dionísio (ou Baco), nas quais era comemorando o retorno da primavera e a fertilidade dos campos. A própria palavra tragédia mostra essa ligação entre o teatro e os ritos populares religiosos: Tragédia deriva de tragós, que em grego significa bode, animal muito usado nos sacrifícios dos festivais dionisíacos.

No século VII a.C., a tragédia foi sendo sofisticada e aprimorada até tornar-se um gênero autônomo distante de sua origem nas festividades religiosas.

A tragédia pode ser considerada também a representação da fragilidade do homem perante os deuses.

Segundo a poética realizada por Aristóteles, as tragédias se dividem em 3 partes:

- Unidade de tempo;
- Unidade de espaço;
- Unidade de ação.

E ainda possuem as seguintes características:

* exposição: apresentação dos personagens e da estória.
* conflito: oposição e/ou luta entre diferentes forças.
* peripécia: reviravolta.
* revelação.
* catástrofe: conclusão, acontecimento principal decisivo e culminante.
* catarse: purgação, purificação, que acontece geralmente no final. (MAIS!)

Comédia(s)

A comédia é o uso de humor nas artes cênicas. Uma comédia é uma peça humorística na qual os atores dominam a ação. A comédia pura é o mais raro de todos os tipos de drama. Na comédia a ação precisa não somente ser possível e plausível, mas precisa ser um resultado necessário da natureza do personagem. De forma geral, "comédia" é o que é engraçado, o que faz rir. (MAIS!)

Comédia Atelana: No antigo teatro romano, peça no gênero da farsa, curta, caracterizada pelas sátiras político-sociais da antiga cidade de Atela, e na qual os atores eram mascarados e personificavam tipos fixos.

Comédia De Caráter: Aquela que a ação se define pelas atitudes peculiares as diferentes personagens.

Comédia De Costumes: Reflete os usos e costumes, idéias e sentimentos de determinada sociedade, classe ou profissão. Martins Pena foi o grande percussor da comédia de costumes.

Comédia Dell’Arte: Floresceu na Europa durante o século XVII e sua ação de gestos estereotipados é sempre improvisada, embora os enredos e os personagens sejam fixos; alguns deles usavam máscaras, e permanecem até hoje como tipos característicos de carnaval.

A Commedia Dell’Arte tornou regra no elenco a presença da atriz, afastada em muitas épocas do palco, por ancestral preconceito.

Os atores usavam máscaras devolvendo essa comédia aos rituais religiosos, com a despersonalização do indivíduo, para que ele participe dos mistérios sagrados e se preocupavam com a preparação corporal acrobática/coreográfica, vocal e mímica. Os roteiros eram muito ricos, apresentavam sempre um grande número de personagens, mas os tipos eram fixos e representados pelos mesmos atores.

Havia o célebre personagem Arlechino e também Colombina, Pantaleone, Brighela, Dottore, Capitano, etc... (MAIS!)

Comédia Moral: Comédia de costumes que encerra princípios éticos.

Tragicomédia

Definimos o que é comédia com suas diferentes "classificações" e o que é tragédia. Mas é possível um casamento perfeito entre dois gêneros tão distintos?

Basicamente, a Tragicomédia é um drama onde se associam elementos trágicos e cômicos. Como era de se imaginar, é a mistura do trágico com o cômico.

Segundo o dicionário Aurélio, trata-se de uma peça teatral que participa da tragédia pelo assunto e personagens, e da comédia pelos incidentes e desenlace.

Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário. A tomada da vida cotidiana e absurda com um toque especial de comédia, de forma a descontrair; deixando-a verdadeira e engraçada. Usam-se temas como violência, morte, roubos, dentre outros e a estes é dado o humor.

Hoje em dia, é utilizado com frequência em peças teatrais e filmes.

Respondendo assim a pergunta feita no início: Sim, é possível e perfeitamente! A tragicomédia é um ponto forte no qual o teatro conquista grande sucesso e expansão.

Farsa ou Farsesco

O Farsesco ou Farsa é um gênero dramático predominantemente baixo cômico, de ação trivial, com tendência para o burlesco (cômico; ridículo). Inspira-se no cotidiano e no cenário familiar e é o mais irresponsável de todos os tipos de drama.

Caracteriza-se por seus personagens e situações caricatas. Se distingue da comédia e da sátira por não preocupar-se com a verossimilhança nem pretender o questionamento de valores. Busca apenas o humor e, para isso, vale-se de todos os recursos; assuntos introduzidos rapidamente, evitando-se qualquer interrupção no fio da ação ou análises psicológicas mais profundas; ações exageradas e situações inverossímeis.

Sua estrutura e trama são baseadas em situações em que as personagens se comportam de maneira extravagante, ainda que pelo geral mantêm uma quota de credibilidade. Seus temas e personagens podem ser fantásticos, mas podem ser críveis e verossímios.

Embora existam elementos farsescos nas comédias de Aristófanes e Plauto, a farsa originou-se nos mimos medievais. Recorre a estereótipos (a alcoviteira, o amante, o pai feroz, a donzela ingênua) ou situações conhecidas (o amante no armário, gêmeos trocados, reconhecimentos inesperados).

Surgiu em meados do Século XII com o Teatro Medieval e suas divisões: o Teatro Sacro (tratava de milagres, autos, moralidades e mistérios) e o Teatro Profano (Farsas). Nas representações profanas usavam-se as "farsas", os "arremedos burlescos", que tinham o objetivo de arrancar gargalhadas do público.

No Renascimento, autores dedicaram-se ao gênero, entre eles Gil Vicente com a trilogia satírica das Barcas - o "Auto da Barca do Inferno" (1516), "Auto da Barca do Purgatório" (1518) e "Auto da Barca da Glória" (1519) - misturando elementos alegóricos religiosos e místicos.

Drama

É representado em tom mais coloquial que a tragédia e ter episódios levemente cômicos, entremeados de cenas sérias. O drama pode ser declamado, declamado com intervenções cantadas ou totalmente cantado.

O Drama é usado como gênero de personalização em filmes, cinema, telenovelas, teatro e qualquer representação de personagem.

O chamado Drama Social é uma nova linha de tragédia em que as forças do destino se materializavam como força de convenções sociais sobre o indivíduo, principalmente na injustiça sócio-econômica. Pode ser entendido como uma forma séria de espetáculo, performance ou filme que não chega a ser uma tragédia.

O conflito inerente ao drama é a disputa que permite ao espectador tomar partido e se interessar pela representação no palco. O herói grego luta com o sobre-humano, o herói do drama elisabetano luta contra si mesmo, e o herói do Drama Social luta contra o mundo.

Melodrama

O termo Melodrama origina-se do francês mélodrame, que pela análise etimológica: melos (grego) que significa som, e drame (latim antigo) que significa drama.

Sua característica é intensificar as virtudes e vícios das personagens, sejam protagonistas ou antagonistas, enfatizando artificialmente suas características já que o objetivo maior deste gênero é impressionar e comover o espectador, com a semelhança com a realidade. Existe um grande maniqueismo, os personagens, ou são muito bons ou então são extremamente maus. O bem e o mal estão sempre em luta, e o bem, depois de muito sofrimento, lutas e peripécias, acaba vencendo o mal.

Possui significados contraditórios e é aplicado com diferentes significados e ocorrências variadas ou em distintas, algumas vezes refere-se a um efeito utilizado numa obra, outras como estilo da obra e outras como gênero.

O melodrama teatral surgiu oficialmente como gênero em 1800 com a obra Coeline de René-Charles Guilbert de Pixérécourt e teve como principais representantes o inglês Thomas Holcroft seu introdutor na Gran Bretanha, o alemão August Friederich Von Kotzebue e o irlandês Dionysius Lardner Boursiquot ou Dion Boucicault.Ao final do século XIX, novas propostas estéticas surgiam, entre elas o naturalismo, negando assim muitas das formas super utilizadas de interpretação do melodrama, que foram consideradas anti-naturais. Logo o termo melodrama se tornou sinônimo de uma interpretação exagerada, anti-natural, assim como de efeitos de apelo fácil à platéia.

Auto

Do latim actu = ação, ato. Trata-se de um gênero cuja finalidade é tanto divertir quanto instruir com seus temas que podem ser religiosos ou profanos, sérios ou cômicos, no entanto devem possuir sentido moralizador.

Tem sua origem na Idade Média, na Espanha, por volta do século XII. Mas foi no século XVI, que o português Gil Vicente que a expressão deste gênero dramático realmente despontou.

O auto era escrito em redondilhos (versos de sete sílabas) e visava satirizar pessoas. Não possui uma estrutura definida, então para facilitar sua leitura divide-se o auto em cenas da maneira clássica, a cada vez que uma nova personagem entra em cena.

Pantomima

Pantomima, Mímica ou Mimodrama: Peça de qualquer gênero que o(s) ator(es) se manifesta(m) apenas e simplesmente por gestos, expressões corporais ou fisionômicas, prescindindo da palavra e da música, que pode ser, também, sugerida por meio de movimentos; mímica.

Resumindo, é um espetáculo teatral sem palavras, em que os artistas comunicam seus pensamentos e sentimentos através da dança, da expressão facial e corporal. É a arte de narrar com o corpo.

Com este gênero, os pantomímicos precisam buscar a forma perfeita, a estética da linha do corpo, pois através do gesto tudo será dito, uma boa pantomima está na habilidade adquirida pelo pantomímico em se transformar durante a interpretação, passando para a platéia as mensagens que se fizerem necessárias, pelos gestos.

É uma das artes que exige o máximo do artista para que este receba o máximo de retorno do público, ou seja, a atenção da platéia para que a mensagem seja passada devidamente.

Teatro do Absurdo

Criado na segunda metade do século XX, o Teatro do Absurdo procurava representar no palco a crise social que a humanidade vivia.

Gênero moderno que utiliza elementos chocantes e ilógicos na composição do enredo, personagens e diálogos, com o objetivo de reproduzir o desatino e a falta de soluções que faz parte da vida do homem e da sociedade.

Os seus representantes mais importantes são Eugène Ionesco, Samuel Beckett, Harold Pinter, Arthur Adamov, G. Schahadé, Antonin Artaud, J. Audiberti e J. Tardieu, Fernando Arrabal, Günther Grass e Hildersheimer e no Brasil, destaca-se José Joaquim de Campos Leão, mais conhecido como Qorpo Santo.

A inspiração dos dramas absurdos era a burguesia ocidental, que, segundo teóricos, distanciava-se do mundo real, com suas fantasias e ceticismo em relação às conseqüências desastrosas que causava ao resto da sociedade.

Ópera

Trata-se de um drama encenado com música, que é apresentado utilizando os elementos típicos do teatro, como cenografia, figurinos e etc. Porém, a letra da ópera (libreto) é cantada e não falada como normalmente em uma peça teatral. O termo Ópera surgiu de opus (latim = "obra"). Possui diferentes tipos e/ou formas específicos como, a Ópera-balada, Ópera Cômica ou Buffa, Ópera de Pequim, e a Opereta.

A “Ópera-balada” (Francesa) é um tipo de ópera que utiliza diálogos falados, intercalando com músicas inspiradas, geralmente, em temas populares. A sua maior característica é sua formação com grande número de interpretes que dominam a linguagem da música/canto e do teatro/interpretação, são na maioria das vezes atores-cantores.

Ópera Cômica ou Ópera-Buffa (Italiana) possui maior quantidade de diálogos falados e seu conteúdo e o resumo da encenação é repleto de comicidade.

O Ching Hsi também conhecido como Ópera de Pequim, que mescla as diferentes linguagens cênicas, como dança, música, teatro, acrobacia e os demais artifícios cênicos que venha enfatizar a interpretação e o uso da voz, utilizando a técnica do falsete para cantar e falar.

Opereta é uma ópera pequena. Contém mais diálogos narrados do que músicas e é vista por muitos como uma obra de menor seriedade, por sua característica de tratar de temas frívolos e comuns do dia-a-dia das pessoas. Porém seus cantores treinam a ópera de forma clássica.

Musical

Gênero em que a narrativa é constituída por um combinado de músicas coreografadas e diálogos falados.

Musical é o termo utilizado para definir a união do teatro com a música. Pode se confundir com a ópera ou o cabaré, visto que os três apresentam estilos diferentes, porém as linhas que os delimitam são difíceis de definir. Em sua maioria, possuem roteiros quase que completamente cantados sendo raras as partes em que há diálogo entre os personagens e uma orquestra ou banda ao fundo criando a trilha sonora para fundir a cantoria à atuação.

Os três componentes essenciais de um espetáculo musical, são: a música, a interpretação e o enredo. A música e a letra são o propósito do musical; o enredo refere-se à parte dramática do espetáculo e a interpretação relaciona as performances de dança, encenação e canto.

Com cerca de vinte a trinta canções, podem durar desde uns poucos minutos à várias horas. Os mais populares, duram de duas horas à duas horas e quarenta e cinco minutos e atualmente, são geralmente apresentados com intervalos de quinze minutos entre os atos.

Teatro de Bonecos

Teatro de Bonecos (Marionetes, Fantoches, Teatro de Animação ou ainda Teatro Lambe-Lambe) é a representação teatral feita com bonecos de manipulação, em especial aqueles onde o palco, cortinas, cenários e demais elementos próprios são construídos especialmente para a apresentação.

Acredita-se que o Teatro de Bonecos talvez seja mais velho do que o próprio teatro com atores de verdade. Tendo sua origem na mais remota antiguidade, com o passar do tempo os homens começaram a modelar bonecos de barro, inicialmente sem articulações. Na Grécia antiga, os bonecos possuíam conotações religiosas. O Império romano assimilou da cultura grega o Teatro de Bonecos, que rapidamente se espalhou pela Europa. Na idade média, os bonecos eram utilizados em doutrinações religiosas e apresentados em feiras populares. Depois da primeira guerra, as marionetes foram difundidas pelo mundo.

Os bonecos se apresentam de diferentes formas. Podem ser pendurados por fios ou cordões quase invisíveis, com o manipulador dando à vida aos personagens movimentando uma cruzeta na qual estão amarrados os fios, onde cada um deles é responsável pelo movimento de um dos membros do boneco ou então podem ser colocados na mão como luvas.

Chegou ao nordeste do Brasil como forma de manifestação popular e se propagou por todo o país através de artistas mambembes. Essa forma de teatro é chamada de Mamulengo, na qual os bonecos representam personagens do nosso folclore.

Teatro de Revista

Gênero em que os atos são divididos em quadros mais ou menos independentes, ainda que ligados uns aos outros por um tema comum, geralmente alegre e crítico, tudo em meio a exibições de beleza de atrizes e cenários, ao som de músicas igualmente alegres, especialmente compostas.

O Teatro de Revista pretendia agradar os diferentes segmentos da sociedade. É um gênero teatral importante na história das artes cênicas, com seu auge no século XX em Portugal, que tinha como principais características números musicais, apelo à sensualidade e à comédia leve com críticas sociais e políticas destacando-se com o texto em verso e a presença da opereta, da comédia musicada, das representações folclóricas e da dança. Recorre também ao modelo francês de enredo frágil servindo como elo entre quadros que marcam a estrutura fragmentária do gênero.

O Teatro de Revista tornou-se um gênero popular no Brasil a partir do final do século XIX. Aqui, o também chamado simplesmente por Revista, foi responsável pela revelação de diversos talentos no cenário cultural, como Carmem Miranda e sua irmã Aurora, as chamadas vedetes de imenso sucesso como Wilza Carla, Dercy Gonçalves e Elvira Pagã. Já na variante conhecida como Teatro Rebolado, compositores como Dorival Caymmi, Assis Valente e Noel Rosa.

O Gênero é marcado por três fases marcantes no Brasil:

- A primeira fase do gênero é marcada pela valorização do texto em relação à encenação, e pela crítica de costumes composta por versos e personagens alegóricos.
- A segunda fase é movida pelos grandes nomes que levam o público ao teatro. É a fase em que o gênero se equilibra entre quadros cômicos e de crítica política, e os números musicais e de fantasia.

- Já a terceira fase marca o ponto onde, aos poucos, a revista começa a apelar para o escracho, para o nu explícito, em detrimento de um de seus alicerces: a comédia. E é dessa maneira que entra em seu período de decadência, desaparecendo quase que completamente nos anos 60.

Teatro de Rua

Gênero de teatro popular apresentado em praças, ruas, avenidas e lugares públicos em geral, ao ar livre, em rodas de espectadores ao nível do chão ou em plataformas, caminhões, praticáveis, etc. com recursos técnicos precários, ou inexistentes.

Teatro de Sombras

Espetáculo teatral em que a ação dramática é mostrada ou sugerida pelas sombras dos atores, projetadas de fora sobre uma tela translúcida. Também tem o nome de: teatro de silhuetas.

Surgindo na Pré-História, por volta de 5.000 a.C., quando os homens se encantavam com sombras movendo-se nas paredes das cavernas, o Teatro de Sombras trata-se de uma representação em uma tela branca com um foco de luz aceso contrariamente projetando sombras de silhuetas de figuras humanas, animais, ou objetos, recortadas em papel ou formadas com determinadas posições das mãos reportando-nos ao mundo mágico das histórias de faz de conta.

Uma lenda chinesa diz que “no ano 121, o imperador Wu Ti, da dinastia Han, desesperado com a morte de sua bailarina favorita, ordenou ao mago da corte que a trouxesse de volta do "Reino das Sombras", caso contrário, seria decapitado.

O mago usando a imaginação com uma pele de peixe macia e transparente, fez a silhueta de uma bailarina. Com tudo preparado, o mago ordenou que no jardim do palácio, fosse armada uma cortina branca contra a luz do sol e que esta deixasse transparecer essa luz.

Houve uma apresentação para o imperador e sua corte. Esta apresentação foi acompanhada de um som de uma flauta que "fez surgir a sombra de uma bailarina movimentando-se com leveza e graciosidade". Neste momento, teria surgido o teatro de sombras.

Noh

Noh, Nō, Nô ou Nou é a forma clássica de teatro japonês combinando canto, pantomima, música e poesia, sendo interpretado apenas por atores, que passam sua arte pela tradição familiar. Seu universo é habitado por deuses, guerreiros e mulheres enlouquecidas, às voltas com os mistérios do espírito. Os espetáculos Noh ocorrem num palco bastante despojado, feito de hinoki liso (cipreste japonês). O cenário é constituído apenas pelo kagami-ita, (pinheiro pintado, no fundo do palco) por sua interpretação que se refere aos rituais xintoístas, pelos quais os deuses descem à Terra por este meio.

Kabuki

O Teatro Kabuki, é um gênero de teatro japonês, conhecido pela estilização do drama e por suas elaboradas maquiagens e seu principal tema é o conflito entre a humanidade e o sistema feudal.

A única característica do Kabuki, e talvez a mais significativa na conservação do invulgar espírito Kabuki é o fato de que não utiliza atrizes em cena. Todos os papéis femininos são representados por elementos masculinos conhecidos como onnagata. (MAIS!)

Butô

Traduzindo-se o termo Butoh, "bu" significa dança e "toh" significa passo.

Concebido inicialmente como “Ankoku Butoh”, ou “Dança das Trevas”, ele surge no final dos anos 50, num Japão recém-humilhado pela rendição na Segunda Grande Guerra. (MAIS!)

Stand-up Comedy

É uma expressão em língua inglesa que indica um espetáculo de humor executado por apenas um comediante. O humorista se apresenta geralmente em pé (daí o termo 'stand up'), e na ausência da quarta parede.

Também conhecida como humor de cara limpa, a comédia stand-up privilegia o artista munido apenas do microfone, sem personagem, fantasia ou acessórios. O humorista stand up não conta piadas conhecidas do público (anedotas). É normal que se prepare números com texto original, construído a partir de observações do dia-a-dia e do cotidiano.

O gênero do "one man show" que é semelhante, mas permite outras abordagens (interpretação de personagens, músicas, cenas) foi introduzido no Brasil por José Vasconcelos, na década de 70. Aproximando-se mais ainda do estilo americano, Chico Anysio e Jô Soares mantiveram o gênero - principalmente em seus shows ao vivo, e geralmente, na abertura de seus programas - se aproximando da comédia stand up como vemos hoje.

Clown

Clown é a palavra inglesa para palhaço, porém no teatro não refere-se àquele modelo clássico de palhaço que vemos em circo. Um clown no teatro é basicamente: o próprio ator de forma "exagerada".

Ou seja: se determinado ator se acha gordo, por exemplo, ele vai usar justamente essa característica para exagerar a própria imagem e personalidade.

Além disso, o clown tem alguns fatores de interpretação únicos que assemelham-se às peripécias de um palhaço comum feitas de forma mais teatral.

Complemento de estudo Livro "O Elogio da Bobagem"






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