Em tudo que Ana não disse
teus lábios molhados
talvez só quisessem
a língua lambendo Clarice
na hora do amor se fizesse
um livro com hora marcada
no instante que ela quiser
na ora H de Clarice
em Ana nascendo a mulher
Cristina Bezerra
fosse Alana
Clarice Ana
Elisa Clara Beatriz
em tudo que não me disse
em tudo o que não me quis
fosse girassóis
nos cabelos
a flor que Van Gog
me diz
teus olhos
cravados no espelho
o poema
que ainda não fiz
a jura secreta sagrada
que Alana me contradiz
Artur Gomes
o poeta enquanto coisa
www.secretasjuras.blogspot.com
Antropomágico
Fulinaímico Transcedental
IncorporAção - incorporo dos Anjos quando Augusto
me transporta em carne e couro para outras peles. Não me furto deixo no corpo
fluir as temperâncias e a poesia vem do campo antropomórfico que a cruel
realidade não me subtrai. Esse estado de coisas absurdas sobre os ombros é o
que carrego e trato de me desfazer quando o peso não suporto. Mágico é
sobreviver antropomagicamente no Caldeirão Fulinaímico onde Arte seja muito
mais que a vida que não basta. ( com Tchello d'Barros) foto: Marcela Giannini
na exposição Convergências no CCJF Cinelândia
Artur Gomes
o poeta enquanto coisa
www.secretasjuras.blogspot.com
Jura
secreta 17
meu objeto concreto
é um poema abstrato
impressionista realista
quem sabe neo concretista
poderoso artefato
uma bomba de Hiroshima
uma rosa parafina
ou quem sabe uma menina
que conheci só no retrato
Artur Gomes
Juras Secretas
Editora Penalux – 2018
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