terça-feira, 22 de março de 2022

PoÉticas ArturiAnas


agora que eu quero tanto

e esta distância geográfica

quase me enlouquece

 

agora que eu quero tanto

e essa distância não permite

corpo a corpo esquece

 

Rúbia Querubim

www.arturkabrunco.blogspot.com



quando a distância me ataca

contraataco com os dados

 nada melhor que um lance de dedos

nesta hora exata em que não estás

 mas ao mesmo tempo

        como se estivesse

 naquele pé de laranja cravo

chupando umas e outras

 e as folhas nos servindo

o verde água de algum mar

 espuma por onde mergulhamos

 

Federico Baudelaire

www.fulinaimargem.blogspot.com



tão distante teresina

me lembro da cajuína

saudade da faustina

 

que conheci no carnaval

da mostra visual de poesia

brasileira

 

tinha carlos careqa

jormmad  muniz de brito

rubervam du nascimento

 

o verbo então carnal

argamassa no cimento

 

mas a carne tão macia

viva crua quase nua

acenderam a luz no apartamento

 

Artur Gomes Fulinaíma

 

www.fulinaimargem.blogspot.com



                                                                       barcos te levaram

   navios não trouxeram

 

santo andré quase dezembro

carneiro leão 22 28 anos depois

adele permanece como quem não foi

 

o gosto do omelete ainda na boca

vinho tinto seco a carne branca

sob a luz da lua frente a janela

 

no chão a nossa cama

antes da virada sol nasceu

um novo dia

 

EuGênio Mallarmè

www.fulinaimargem.blogspot.com 



angélica

 

barcos navios no teu corpo

os peixes brincam no teu cio

nus teus seios minhas mãos

 

quando estás nua o mar

reviravolta preamar arrebenta

espuma esperma semeia

pele pluma branca na areia

 

sementes letra por letra

 

até mesmo lua cheia

se atiça em céus de boca

 

quando grafito  corpo despido

 foste a  minha primeira sereia

 

Artur Fulinaíma

www.arturfulinaima.blogspot.com



ah! esse azul

de mar constante

e tu agora tão distante

o meu recife chora

 

saio por esta porta

por onde tu

       foste embora

 

vou nessa barcarola

sangrar até quando

       nem sei quanto

 

comer o sal lamber o vento

 nem mesmo

 as lágrimas

aplacarão meu canto

 

Federika Lispector

www.fulinaimiatupiniquim.blogspot.com

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