sábado, 2 de outubro de 2021

Mírian Freitas - EntreVistas

 


O primeiro  contato que tive com a poesia de Mírian Freitas, foi através de uma maravilhosa interpretação do mestre  Antônio Cunha para um de seus poemas. Imediatamente levei o vídeo para o Festival Cine Vídeo De Poesia Falada que realizo na página Studio Fuliaíma Produção Áudiovisual no facebook. A partir daí o contato com a sua poesia passou a ser constante, nos adicionamos e convidá-la para esta entrevista foi um processo natural decorrente do meu desejo de querer estar sabendo um pouco mais sobre os poetas que admiro.

leia 5 poemas de Mírian Freitas no blog www.fulinaimicamente.blogspot.com 

Mírian Freitas é mineira, escritora, reside em Juiz de Fora, MG (Brasil). Doutora em Literatura Comparada (UFF), lecionou por anos nos EUA, em Massachusetts. Atualmente é professora do IFSUDESTE/JF. Escreveu Intimidade vasculhada (narrativas- 7Letras), Exílios naufrágios e outras passagens (poemas- Patuá), Caio Fernando Abreu: Uma poética da alteridade e da identidade (Ensaio ilustrado- CRV). Publicou em antologias no Brasil e Portugal (Leiria e Lisboa) e nas revistas CULT, CP Literatura, Palavra Comum, Subversa, Mallarmargens, Acrobata, Ruído Manifesto, Desvario, Arribação, Tamarina, Arara,  Diversos Afins e outras.  

Artur Gomes - Como se processa o seu estado de poesia?

 Mírian Freitas - Muitas vezes pela intuição, conduzindo a uma abordagem sensitiva, que flui naturalmente. Há momentos que este processo passa pela  contemplação de algo ou cenário, geralmente ligado á natureza. Algumas vezes vem de influências literárias; algo que eu esteja lendo e, na intimidade,  absorvendo.

 Artur Gomes - Seu poema preferido? Seu ou de um outro poeta de sua preferência. 

 Mírian Freitas - Tabacaria, de Fernando Pessoa (heterônimo Álvaro de Campos).

 Artur Gomes - Qual o seu poeta de cabeceira?

 MírianFreitas - No momento, Hilda Hilst, Ocean Vuong, Herberto Helder, Al Berto.  Costumo ler “alguns”  juntos, ao mesmo tempo. 

 Artur Gomes - Em seu instante de criação existe alguma pedra de toque, algo que o impulsionar para escrever?

 Mírian Freitas -  Sim, a natureza e o ser humano.

 Artur Gomes - Livro que considera definitivo em sua vida¿

 Mírian Freitas -Folhas da folhas de relva- Walt Whitman.

 Artur Gomes - Além da poesia em verso , já exercitou ou exercita outra forma de linguagem com poesia?

 Mírian Freias - Sim, a prosa poética.

 Artur Gomes - Qual poema escreveu quando teve uma pedra no meio do caminho?

Mírian Freitas - “Cantei minha canção preferida para abalar o seu vazio”

 Artur Gomes - Revisitando Quintana: você acha que depois dessa crise virótica pandêmica, quem passará e quem passarinho?

 Mírian Freitas - A poesia se fortaleceu nessa crise pandêmica. Ela permanecerá cada vez mais presente e constante, como uma aliada dos dias difíceis que passamos durante o isolamento social. A poesia cresceu, agigantou-se. Aproximou pessoas, servindo como um elo, uma ponte de ligação entre sentimentos de amizade, afeto e solidariedade.

 Artur Gomes – No prefácio do livro Pátria A(r)mada  o poeta e jornalista Ademir Assunção, afirma que cada poeta tem a sua tribo, de onde ele trás as suas referências. Você de onde vem, qual é a sua tribo?

 Mírian Freitas -  Minha “tribo” foram os poetas beatniks (Allen Ginsberg, Whitman, etc) e em seguida, Fernando Pessoa, Drummond, Bandeira, João Cabral e os poetas vanguardistas da Semana de Arte Moderna. E considero que as influências musicais também fizeram parte das origens: Caetano Veloso, Gilberto Gil (enfim, os tropicalistas).  

 Artur Gomes - Nos dias atuais o que é ser um poeta, militante de poesia?

 Mírian Freitas - É primeiramente lê-la, difundí-la, divulgá-la, dimensioná-la através de várias formas como a própria criação e a recriação da mesma. É dar voz ao poema que está no papel, tornando-o global, expandindo-o com criatividade e potência entre as pessoas, tocando-as pela palavra, pela imagem e pela sonoridade.  Há muitas maneiras de expandir o poema. O militante de poesia precisa acreditar que o poema salva vidas e contribui para a  construção da humanidade. Não é só quem escreve poesia que milita por ela. Mas também que a lê.

 Artur Gomes - Que pergunta não fiz que você gostaria de responder?

 Mírian Freitas -  Não faltou nenhuma. O que eu queria responder, foi perguntado e respondi.



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