sexta-feira, 9 de abril de 2021

Sofia Brito - EntreVistas

A primeira vez que encontrei Sofia Brito no face foi através de um vídeo onde ela fala um poema de Florbela Espanca. Gostei e fui beber mais dos teus olhos atlânticos e da sua delicada voz, aí me deparei com ela falando poemas de Fernando Pessoa(Alberto Caieiro) e aí me fez viajar ao Livro do Desassossego.

https://www.facebook.com/biblioteca.municipal.lagoa/videos/463627121358482

Imediatamente convidei-a para o Festival Cine Vídeo De Poesia Falada, no que foi aceito imediatamente com promessa de gravar alguns vídeos exclusivos para o Festival. Convidei-a também para o projeto EntreVistas com esse bate papo que segue. 

Ana Sofia Brito - Algarve (Portugal), é performer e artista de rua por opção, embora também mantenha a arte de palco; frequentou o Chapitô e estudou teatro físico na Moveo, em Barcelona.

Artur Gomes - Como se processa o seu estado de poesia?

 Sofia Brito - O meu estado de poesia processa-se ao analisar os acontecimentos que mais me marcam na vida. O que me faz pensar, remete-me para o estado de querer entender através de palavras para decifrar o que sinto e penso disso mesmo.

 Artur Gomes - Seu poema preferido? Seu ou de um outro poeta de sua preferência.

 Sofia Brito - É muito complicado escolher um poema favorito porque os estados de alma se alteram consoante o que se vive; neste momento, apontava para o "Testamento”, de Ana Luisa Amaral

 Artur Gomes - Em seu instante de criação existe alguma pedra de toque, algo que o impulsionar para escrever?

 Sofia Brito – O que me impulsiona a escrever é sempre o estado do mundo, no momento em que escrevo. 

 Saberei ser quem sou¿

 Que me fosse concedido o desejo de aquietar a consciência,

aquele dom invejável dos sábios discretos;
às tantas, vivo cansada de uma mente desobediente
a perturbar cada instante que a vida me dispõe.

 

Parece que, afinal, o sonho é obra do ego, e o ego é obra do diabo.

 

No regaço do meu cansaço, imploro o meu avesso;
dai-me vida, sabedoria para trocar a obsessão por uma sã e eterna dose
da quietude do pensamento!

Dai-me vida o que despretensiosamente te imploro!

Quero aprender os sorrisos sem cobrança que nunca soube dar.

 

Admiráveis são os que realizam os seus sonhos
enfrentando lutas desenfreadas para consegui-lo;
mais admiráveis ainda, os que são gratuitamente felizes,
mesmo que, por toda a vida vão, sem ambição de sonhos realizados.


In 7Margens

https://setemargens.com/saberei-ser-quem-sou/?fbclid=IwAR0xjKI2kaNkUGrpAtWar4XypvYk-IvefvFD1eU64J-2dzYGXVh9H6krCEo

 Artur Gomes - Além da poesia em verso , já exercitou ou exercita outra forma de linguagem com poesia?

 Sofia Brito - Gosto da reflexão poética, aliás, não sei escrever sem ser recorrendo a metáforas maleáveis; que levem o leitor a identificar-se com o que penso ainda que eles vivam estados diferentes do mesmo sentimento.

Artur Gomes - Revisitando Quintana: você acha que depois dessa crise virótica pandêmica, quem passará e quem passarinho?

 Sofia Brito - passarão os amantes, como sempre. Passarinho os que são vazios.

 Artur Gomes – No prefácio do livro Pátria A(r)mada  o poeta e jornalista Ademir Assunção, afirma que cada poeta tem a sua tribo, de onde ele trás as suas referências. Você de onde vem, qual é a sua tribo?

 Sofia Brito - A minha tribo, e os que me inspiram são os que, apesar do infortúnio, recorrem a linguagem para se expressar. Os que recorrem a inspirações consolidadas para parafraseá-las na atualidade.

 Artur Gomes - Nos dias atuais o que é ser um poeta, militante de poesia?

 Sofia Brito - Ser poeta hoje, é ser um livre pensador. Ir a fundo nas questões da atualidade sem medo dos dedos que se apontem ao que se pensa.

 Artur Gomes - Que pergunta não fiz que você gostaria de responder?

 Sofia Brito - Não há nenhuma pergunta à qual eu pudesse responder porque considero a minha opinião um campo infértil, desprovido de razão. Ou melhor, talvez gostasse de responder à questão: o que mais te vale a pena em estar viva? eu diria: a poesia.   

 


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