Poética 57
toda vez que escrevo
é nela que penso
tranquilo ou tenso
a palavra cria direção
para o sol ou vento
para o mar ou terra
ou mesmo ao infinito
silêncio ou grito
palavra liberdade
enxada foice faca facão
poema fogo
nesse corpo brasa
águia nas montanhas
admirando o chão
Artur Fulinaíma
teatro do absurdo
eu faço
com minha língua foice
com os meus dedos facas
com minha carne barro
e
tiro um sarro
da tua cara de vaca
desse seu corpo de morte
desse seus olhos de marte
dessa sua realidade
faço o meu surrealismo
na construção da minha Arte
Artur Fulinaíma
travessura
hoje não estou
pra qualquer trampo
trepo nas tripas do vento
nem que seja pensamento
vou pra Curitiba
encontrar o Hélio Letes
a minha cara metade
minha face mais a vera
metade da minha cara
poesia é o salto de uma vara
ou o auto de uma fera
Federico Baudelaire
Júlia
Júlia poderia ter sido
a face completa do f
a outra face do s
se soubesse o que significa
ler um livro de Herman Hesse
Federico Baudelaire
viagem
enquanto puder
pego esse trem de ferro
sem choro sem berro
e vou
onde as asas do vento
me levar
pernambuco ceará
será rio sampa mar
Xangô Yemanjá
pedra - águas de mel e sal
meu bem meu mal
levo pra me entregar no carnaval
Artur Gomes
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