poesia é o que me resta
22 100 anos depois
meu poema
é esse objeto estranho
feito de ferro de barro
alumínio chumbo estanho
nuvem pesada
por cima de cabeças ocas
flecha de índio em sua cara pálida
o brasil perdeu o pau a brasa
destruiu a casa
minha vida
se não fosse poeta
não estaria enfiando
a faca na ferida
não pertenço a essa tripo
a(r)mada de verde amarelo
a minha tribo é mais sacana
fulinaímica sagarana
canibal tupiniquim
venho da mata Cacomanga
das plantações do aipim
antropofágico Goytacá
em overdoses NU vermelho
meu coração DuBoi tatá
Oswald de A ndrade meu espelho
nos roçados de mandioca
pra fabricar minha farinha
vivi na tribo Carioca
com o cordel da Lua Madrinha
nos carnavais do SerAfim
Artur Gomes
o poeta enquanto coisa
Fulinaíma MultiProjetos
portalfulinaima@gmail.com
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