veraCidade 
por quê trancar as portas
tentar proibir as
entradas 
se já habito os teus
cinco sentidos 
e as janelas estão
escancaradas ? 
um beija flor risca no
espaço 
algumas letras de um
alfabeto grego 
signo de comunicação
indecifrável 
eu tenho fome de terra e
esse asfalto 
sob a sola dos meus
pés  agulha nos meus dedos 
quando piso na Augusta 
o poema dá um tapa na cara da Paulista 
flutuar na zona do perigo  entre o
real e o imaginário 
João Guimarães Rosa Caio Prado Martins Fontes 
um bacanal de ruas tortas 
eu não sou flor que se cheire 
nem mofo de língua morta 
o correto deixei na Cacomanga 
matagal onde nasci 
com os seus dentes de concreto 
São Paulo é quem me devora 
e selvagem devolvo a dentada 
na carne da rua Aurora 
Artur Gomes
www.fulinaimicas.blogspot.com

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