segunda-feira, 15 de julho de 2019

poesia é o que me resta



poesia é o que me resta
22 100 anos depois
meu poema
é esse objeto estranho
feito de ferro de barro
alumínio chumbo estanho
nuvem pesada
por cima de cabeças ocas
flecha de índio em sua cara pálida
o brasil perdeu o pau a brasa
destruiu a casa
minha vida
se não fosse poeta
não estaria enfiando
a faca na ferida

não pertenço a essa tripo
a(r)mada de verde amarelo
a minha tribo é mais sacana
fulinaímica sagarana
canibal tupiniquim

venho da mata Cacomanga
das plantações do aipim

antropofágico Goytacá
em overdoses NU vermelho
meu coração DuBoi tatá
Oswald de A ndrade meu espelho

nos roçados de mandioca
pra fabricar minha farinha
vivi na tribo Carioca
com o cordel da Lua Madrinha
nos carnavais do SerAfim

Artur Gomes
o poeta enquanto coisa

Fulinaíma MultiProjetos
portalfulinaima@gmail.com
(22)99815-1266 - whatsapp



Nenhum comentário:

Postar um comentário

cidade veracidade

onde tudo é carnaval minha madrinha se chamava cecília nunca soube onde minha mãe a conheceu por muitos anos morou na rua sacramento ao la...