o cão azul
para rodrigo sousa leão
ele cantava
como um pássaro engaiolado
as 4 da madrugada
no seu apartamento
e me perguntou
se eu tinha gostado
da garganta da serpente
e se era também azul
o cão que estava do meu lado
invisível para mim
naquele momento
EuGênio Mallarmè
nas fibras da memória
o meu espelho hoje
só reflete tempestade
em memória o vazio
nos atropela
pela língua pela lavra
fogo brasa
do teu corpo me acelera
perdi a conta
quantas vezes
o teu nome
me arrancou do sono
nas fibras da memória
tua memória nua
olhando da janela
o dia amanheceu
por isso anda o arrepio
quando o telefone toca
mariana brumadinho
um mar de lama
mata um rio
que era doce
mariana brumadinho
tem muita lama
no meio do caminho
holocausto
quem se alimenta
dessa dor
desse horror
desse holocausto
desse país em ruínas
da exploração dessas minas
defloração desse cabaço
quem avaliza esse des(governo)
simboliza esse fracasso
y love song baby
em imburi o vento sopra
gosma de tapioca
manga mandioca abacaxi
são francisco itabapoana
não me engana
minha língua não precisa
provar
lamber
comer
chupar
para saber o gosto
o amargo dessa estrada
nela se desova
toda cruel veracidade
da podridão de uma cidade
que nunca deveria ter sido
Federika Lispector
ensaio
com meu olho gótico TVendo enquanto o teu me trans pira pelos
poros poemas ainda não escritos os ruídos os silêncios falas palavras que mesmo
não saindo de tua boca vão ficando na retina e fotografadas na pele da
memória
vertigem 8
de pedra dourada
ficaram dedos
em minha língua de pétalas
desejos não saciados
por águas de cachoeiras
por trilhas inalcançáveis
na carne virgem do sol
de pedra dourada
ficaram minas
cravadas na flor da memória
no corpo cicatriz – tatuagem
nos olhos quantas vertigens
não sei por quantas viagens
ainda verei essas minas
em cada sulco dos dedos
em cada pedra nas mãos
Gigi Mocidade
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Balbúrdia PoÉtica
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jura secreta 40
moro no teu mato dentro
não gosto de estar por fora
tudo que me pintar eu invento
como um beijo no teu corpo agora
desejo-te pelo menos enquanto resta
partícula mínima micro solar floresta
sendo animal da mata atlântica
quântico amor ou meta física
tudo o que em mim não há respostas
metáfora D´alquimim fugaz brasílica
beijo-te a carne que te cobre os ossos
pele por pele sobre as tuas costas
os bichos amam em comunhão na mata
como se fosse aquela hora exata
em que despes de mim o ser humano
e do corpo rasgamos todo pano
e como um deus pagão pensamos sexo
Artur Gomes
Juras Secretas
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sou o mestre sala
não me roube a fala
nem a anarquia
que não sou político
carregador de mala
e que zeus me livre
dessa corja insana
que arrombou brasil
quero que se foda
a putaria toda
e o genocida
desça a rampa que subiu
Federico DuBoi
27 de agosto
com muito gosto
fazer setenta e sete
outra coisa me disse
fulinaíma
pra definir o que faço
o traço a cada compasso
pensado sentido vivido
estando inteiro
não par/ti/do
a língua ainda
entre/dentes
a faca
ainda mais afiada
a carNAvalha in/decente
escre/v(l)er
é tudo o que posso
pra desafinar os contentes
desempatar de/repente
o jogo dos reles bandidos
é tudo o que tenho feito
por mais que tenha sofrido
nas unhas dos dedos
nos nervos
na carnadura dos ossos
Artur Gomes
Hoje Balbúrdia PoÉtica especial
no Carioca Bar - Rua Francisca Carvalho de Azevedo, 17
Parque São Caetano - Campos dos Goytacazes-RJ
Espero vocês lá, a partir das 18h
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Artur Fulinaimagens
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