quarta-feira, 16 de maio de 2012

Artur Gomes entrevista Junior Brassalotti



Sidney Herzog e Junior Brassalloti - foto: Artur Gomes

Os atores santistas Junior Brassalotti e Sidney Herzog passaram por Campos dos Goytacazes no último final de semana com o sensacional espetáculo Palhaçada Federal, provocando gargalhadas gerais no Teatro do Sesc onde foi apresentado na última sexta feira 11.

Junior, além de ator e produtor cultrual é Diretor de Produção do Festival Curta Santos, que este ano chega a sua décima edição com uma homenagem ao futebol arte em suas várias Mostras, que será realizada de 17 a 23 de setembro.

Além disso Junior tem sido um grande parceiro na divulgação do Festival de Cinema do IFF. Aproveitando sua estada entre nós, o levamos para conhecer os Espaços do Campus Campos Centro, onde começamos a aprofundar uma parceria onde breve possamos ter em nosso campus uma Retrospectiva de várias Edições do Curta Santos.

A seguir um bate papo com Junior Brassalotti sobre Teatro e Cinema
1. Como começou o Festival Curta Santos?
Começou como todo bom projeto de cultura: numa mesa de bar! Num bate papo logo após o encerramento de um festival estadual de teatro que organizávamos aqui, Bete Mendes e o escritor e cineasta José Roberto Torero, que eram homenageados no evento, comentaram que poderíamos fazer um festival de cinema, que a cidade era ideal para isso e etc. Ficou por ai a ideia mas a vontade surgiu. No ano seguinte, recebemos uma ligação do Torero que tinha marcado uma reunião com a produtora dele de São Paulo, a Zita Carvalhosa, que é a diretora do festival Internacional de Curtas Metragens de São paulo, um dos 5 maiores do mundo e lá fomos nós conhecê-la. Trouxemos uma mostra itinerante do festival pra Santos aquele ano, 2002 e tínhamos uma mostra de filmes regionais, a mostra Curta Santos - Olhar Caiçara, apareceram 26 curtas, que exibimos sem seleção a titulo de incentivo, na edição do ano passado tivemos mais de 180 trabalhos produzidos pela Região... e o mais interessante não é o crescimento numérico, e sim qualitativo.
 2. Como é você um homem de teatro estar a frente de um Festival de Cinema?
   
É unir o útil ao agradável. Comecei no teatro pois era apaixonado por cinema, não sabia que um dia iria conseguir trabalhar com cinema, ainda mais na produção de algo que me possibilita ser o elo de ligação  de obras fantásticas com o público. Ao pensar cultura, penso em acesso, filmes são feitos para serem vistos, é um orgulho poder ajudar tantos filmes a circular e encontrar suas platéias! Fora que podemos brincar todo ano com o fazer teatral nas nossas aberturas, onde não seguimos o padrão dos festivais, que é exibição e falas institucionais, fazemos grandes e elaboradas  encenações, homenagens ensaiadas com grupos de teatro, bailarinos, bandas, fazemos um show realmente onde os palcos dos teatros celebram a eternidade que o cinema dá ao trabalho dos artistas.
3. Como você vê a perspectiva de uma parceria do curta Santos com o Festival de Cinema do IFF?

É algo muito rico e que deve servir de exemplo pra tantas instituições e festivais. Desde sempre nós tentamos achar parceiros criativos, com os quais possamos realizar ricos intercâmbios e trocas de experiências onde quem sai ganhando, mais uma vez é o publico e o realizador, que vê sua obra indo ao  quatro cantos através de parcerias como essa. Fora que tive o prazer de conhecer  os espaços da IFF e ver a estrutura física fantástica de lá e a provocação e formação de cidadãos criativos e pensantes que, com certeza, farão diferença na sociedade.
4. Recentemente você e Sidney Herzog, passaram por Campos dos Goytacazes apresentando o espetáculo Palhaçada Federal no Teatro do Sesc  seguido de um bate papo descontraído comum grupo de estudantes. Para vocês houve alguma novidade na colocação deles sobre a problemática que o espetáculo coloca em discussão?

Houve sim, na medida que estávamos em outra cidade com uma configuração política diferente (ou igual?) a nossa aqui em Santos. Aliás, adoramos nossa passagem por Campos, publico atento, vivo, participativo, que interagiu, riu, dialogou. Muito gostoso mesmo! Tivemos várias impressões, subjetivas e objetivas a respeito do espetáculo e principalmente sobre o tema, pudemos entrar em contato com pessoas que se indignam com os absurdos dos nossos representantes eleitos e propor um ágora, um espaço de discussão, não apenas estética, mas de ideias, de troca de angústias e de utopias possíveis. Voltamos pra Santos repensando várias coisas a partir do papo com a plateia de Campos, o que só enriquece nosso trabalho.
5. A opção por uma linguagem circense no Palhaçada Federal, foi a forma encontrada para que vocês pudessem apresentar ao público de uma forma bem humorada, um conteúdo tão sério, como a corrupção política no país? 

Sim, o circo é a maneira que esse coletivo encontrou para dialogar com sua plateia. Utilizamos a linguagem circense para ajudar a contar nossa história, e através da poesia visual e lúdica do circo e do riso do palhaço, botar o dedo em algumas feridas do Brasil, em especial na corrupção na política brasileira, que tem a capacidade de nos surpreender a cada dia, quando pensamos que já vimos tudo... lá vem eles com um estratagema novo! E lá estamos nós, atentos. Queremos sim o riso, é nossa função, mas o riso acompanhado da reflexão, afinal a raiz do riso é sempre a lágrima.

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