sábado, 29 de junho de 2019

LeminskiAndo em Cena



LeminskiAndo Em Cena

quando olho nos olhos
sei quando uma pessoa
está por dentro
ou está por fora
quem está por fora
não sustenta um olhar que demora
diante do meu centro
este poema me olha

ali
se Alice ali se visse
quando Alice viu e não disse
se Alice ali se dissesse
quanta palavra veio
e não desce
ali bem ali
dentro da Alice
só Alice com Alice
ali se parece

Paulo Leminski





sexta-feira, 28 de junho de 2019

Alice


Alice

poema
carne osso
sangue alma
o vinho que me acalma
a fibra que me tonteia
a filha que me desperta
o Dia D da Poesia
na veia

Artur Gomes
O Poeta Enquanto Coisa
Fulinaíma MultiProjetos
portalfulinaima@gmail.com
(22)99815-1266 - whatsapp


terça-feira, 18 de junho de 2019

São Pedro da Aldeia


São Pedro da Aldeia

o que toca em minha veia
Anchieta ainda não viu
o cata vento que pariu
Cabo Frio engravidou
o retorno da sudoeste
para o Balneário da Aldeia
aventura marítima
guiada pela lua cheia
água de sal de sol
lagoa de Araruama
nos lençóis da minha cama
por alguns dias me banhou

Artur Gomes
O Poeta Enquanto Coisa
Fulinaíma MultiProjetos
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quarta-feira, 12 de junho de 2019

ancestral



ancestral

há muito tempo não recebo cartas de ninguém
mas não rezo padre nossos
simplesmente para dizer amém
já fui católico rezei terços ladainhas
acompanhei a procissão dos afogados
na Tapera para soletrar a palavra Cacomanga
e entender que o barro da cerâmica
trago grudado na minha íris retina
meu batismo de fogo foi numa Santa Cecília
entre víboras e serpentes
mordi a hóstia do padre
sua saia preta me levou ao pânico
de sonhar com  juízes e hoje saber o que são
minha África são os olhos negros
de Madame Satã
na língua tenho uma sede felina
na carne essa  fome pagã
sou um homem comum
filho de Ogum com Iansã

Artur Gomes
O Poeta Enquanto Coisa
Fulinaíma MultiProjetos
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segunda-feira, 10 de junho de 2019

BARDO Solista


marginalha

Eu, brasileiro, confesso
Minha culpa, meu pecado
Meu sonho desesperado
Meu bem guardado segredo
Minha aflição
Eu, brasileiro, confesso
Minha culpa, meu degredo
Pão seco de cada dia
Tropical melancolia
Negra solidão
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo
Aqui é o fim do mundo

Gilberto Gil

os caranguejos explodem no meu crânio
mariposas pousam mas não cantam
borboletas voam mas não cantam
os papagaios estão mudos
desde o grito de Cabral: o  Terra à Vista!
a amazônia é exterminada por moto-serras ruralistas.

mas juro que  não sou correto
juro que não sou decente
poesia é faca entre os ossos
navalha entre os dentes
desde todo tempo as milícias des(matam) nas favelas
e todo Dia é Dia D Todo Dia É Dia Dela
vivo num brasil subvertido
na cadeia está preso um presidente
e os palácios são os covis desses bandidos.

Artur Gomes
Pátria A(r)mada - Editora Desconcertos - 2019
Juras Secretas - Editora Penalux - 2018
e vem aí O Poeta Enquanto Coisa

Fulinaíma MultiProjetos
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domingo, 9 de junho de 2019

Pátria A(r)mada - Sarau dos Pretos e das Pretas



Pátria A(r)mada - Sarau dos Pretos e das Pretas

A noite de sexta feira  7 de junho 2019 ficará na história da Santa Paciência Casa Colaborativa como o dia em que a poesia fez estremecer os paredões coloniais e rompeu a madrugada salivada por  línguas irriquietas insatisfeitas irreverentes de:

Artur Gomes, Adriano Moura, Adriana Medeiros, Edeilson Fernandes, Glauter Torres, José Gil, Mariza, Sergio, Lucia Gomes, Robson, Eliana Buchaul, Almir Jr, Fernando Rossi, Joilson Bessa e Alexandre Ramos, dando o pontapé inicial na primeira edição do Sarau dos Pretos e das Pretas.

fotos: Welliton Rangel

sexta-feira, 7 de junho de 2019

poesia para desconcertos



Pátria A(r)mada
com Sarau dos Pretos e das Pretas
no Santa Paciência - 20h
Rua Barão de Miracema, 81 - Campos dos Goytacazes-RJ

pátria a(r)mada 1


só me queira assim caçado
mestiço vadio latino
leão feroz cão danado
perturbando o teu destino

só me queira enfeitiçado
veloz macio felino
em pelo nu depravado 
em tua cama sol à pino

só me queira encapetado
profanando aqueles hinos
malandro moleque safado
depravando os teus meninos

só me queira desalmado
cão algoz e assassino
duplamente descarado
quando escrevo e não assino

Artur Gomes
Fulinaíma MultiProjetos
portalfulinaima@gmail.com



(22) 99815-1266

sábado, 1 de junho de 2019

poesia para desconcertos


Poesia Para Desconcertos

Dia 7 junho 20h
Santa Paciência - Rua Barão de Miracema, 81 - Campos dos Goytacazes-RJ
com lançamento do livro Pátria A(r)mada, de Artur Gomes e
Sarau Dos Pretos e Das Pretas

elenco do Sarau: Adriana Medeiros, Adriano Moura, Aucilene Freitas, Carol Poesia, Dona Simone Pedro, Joilson Bessa, Marcelo Benjá Maylin Rosa Gonçalves

terra de santa cruz

ao batizarem-te
deram-te o nome:
posto que a tua profissão
é abrir-te em camas
dar-te em ferro
ouro
prata
rios
peixes
minas
mata
deixar que os abutres
devorem-te na carne
o derradeiro verme

Artur Gomes
Pátria A(r)mada
Editora Desconcertos - 2019

Fulinaíma MultiProjetos
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cidade veracidade

onde tudo é carnaval minha madrinha se chamava cecília nunca soube onde minha mãe a conheceu por muitos anos morou na rua sacramento ao la...